O Comitê de Política Monetária (Copom) cortou nesta quarta-feira, 11, de 5% para 4,5% ao ano a taxa básica de juros da economia, a Selic, que rege a política monetária do país e influencia nas taxas de operações de crédito. A Selic mais baixa, porém, não significa um grande alívio para o bolso do consumidor. Segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), o impacto deve ser pequeno no bolso do consumidor.
Isso acontece porque existe uma diferença grande entre a taxa básica de juros e as cobradas aos consumidores, de acordo com Miguel José Ribeiro de Oliveira, diretor-executivo de estudos e pesquisas econômicas da associação e responsável pelo estudo. Na média, o valor médio é de 114,15% ao ano para o consumidor. “Provocando uma variação de mais de 2.000% entre a Selic e a taxa do consumidor”, afirmou.
Apesar do impacto pequeno, as operações de crédito devem ficar ligeiramente mais baratas para o consumidor. Os juros do cheque especial ficarão 0,59% mais baixos, caindo dos atuais 273.63% ao ano para 272,02% ao ano. Isso significa que, um consumidor que usar 1.000 reais de limite de cheque especial por 20 dias, pagará 0,27 centavos de reais a menos com a nova taxa básica de juros. O uso do rotativo do cartão também continuará caro: quem usar por 30 dias a modalidade por causa de fatura aberta no valor 3.000 reais vai pagar 342,50 reais só de juros. Anteriormente, esse valor era de 343,20.
O impacto modesto pode ser melhor visto em operações de crédito com maior prazo e valor, como é o caso do crédito automotivo. Ao comprar um veículo de 40.000 reais financiado em cinco anos e sem entrada, o valor médio da parcela é de 1.010,52 reais. Com a Selic a 4,5% ao ano, essa parcela cai para 1.000,14 reais. Ao final dos cinco anos, o consumidor pagará 623,21 reais a menos com a nova taxa básica em vigor, queda de 1% no valor total.