Sem conseguir quitar dívida, Livraria Saraiva pede autofalência na Justiça
Fundada em 1914 e em recuperação judicial desde 2018, a Saraiva entregou nesta quarta-feira, 4, documento onde solicita sua autofalência
Em recuperação judicial desde 2018 e poucos dias depois de encerrar sua operação física, a rede de livrarias Saraiva comunicou ao mercado, em fato relevante, que entrou com pedido de autofalência na 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Foro Central da Comarca da Capital do Estado de São Paulo. A companhia também informou no documento que a “RSM Brasil Auditores Independentes (“RSM”) não presta mais serviços de auditoria independente à Saraiva”.
Outrora maior rede de livrarias do país, a companhia centenária entrou com pedido de recuperação judicial em 2018, quando declarou dívidas avaliadas em 674 milhões de reais. De lá para cá, houve várias tentativas de lotear a operação e sanear as dívidas, com a venda de pontos de venda e da operação de e-commerce. Nada vingou. Sem chegar num acordo para pagar fornecedores, a Saraiva, então, dizimou sua operação física em 20 de setembro, quando anunciou que operaria apenas pela internet e que estava se desfazendo de seu quadro de funcionários. No dia 22, o presidente de longa data da empresa, Jorge Saraiva Neto, e o vice-presidente, Oscar Pessoa Filho, renunciaram aos cargos.
A Livraria Leitura estuda adquirir espaços deixados em shopping centers com o fechamento da operação da concorrente. A Saraiva, segundo especialistas, sucumbiu ao executar uma expansão agressiva, com espaços avantajados e operação diversificada, com a venda de eletroeletrônicos de última geração, onde as margens são curtas e há mais competição com grandes varejistas. A falência, que deverá ser confirmada em breve, será o capítulo derradeiro de sua história.