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Serviços crescem pelo quinto mês, mas não revertem perdas da pandemia

Apesar do avanço de 1,7% em outubro, atividades estão 6,1% abaixo do nível de fevereiro; recuperação de setor é aposta para retomada econômica

Por Larissa Quintino Atualizado em 11 dez 2020, 15h07 - Publicado em 11 dez 2020, 10h13
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  • Maior setor do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, os serviços foram os últimos a dar sinais de recuperação. Como muitas das atividades dependem de atendimento ao público, as medidas de distanciamento social necessárias para diminuir a velocidade de transmissão da Covid-19, impactaram frontalmente os serviços. Mas, com a flexibilização, o setor voltou a aquecer. Em outubro, a expansão foi de 1,7%, em linha com o crescimento do mês anterior, de 1,8%. Já são cinco meses seguidos de alta. Apesar disso, o volume de serviços ainda está 6,1% abaixo do nível pré-pandemia, de fevereiro. É desse ramo da economia brasileira que vem a esperança de uma recuperação mais robusta no quarto trimestre do ano, para diminuir o impacto da queda do PIB de 2020.

    Segundo os dados do IBGE divulgados nesta sexta-feira, 11, quatro das cinco atividades pesquisadas cresceram em outubro. O destaque é para o setor de  Informação e comunicação (2,6%). Apenas o setor de Outros serviços (-3,5%) registrou taxa negativa nessa comparação, devolvendo parte do ganho de 19,2% acumulado nos últimos quatro meses.

    Já, no acumulado de janeiro a outubro de 2020, Outros serviços (6,4%) foi a única contribuição positiva. “O setor se encontra acima do patamar de fevereiro, antes dos efeitos da pandemia. Essa atividade vem sendo impulsionada, principalmente, pelo aumento das receitas das empresas que atuam nos segmentos de corretoras de títulos, valores mobiliários e mercadorias, além de administração de bolsas e mercados de balcão organizados”, analisa o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo. A Bolsa de Valores, inclusive, vive um ano de amadurecimento do mercado, com recorde de investidores e abertura de capital de empresas, como mostra reportagem de VEJA desta semana.

    A outra atividade que também opera acima do patamar pré-pandemia é a de Informação e comunicação, que avançou 2,6% em relação a setembro, mas ainda acumula recuo de 2,3% no ano. Dentro desse setor, o segmento de Tecnologia da Informação demonstra dinamismo e recuperação, sendo um dos poucos com resultado positivo no acumulado do ano (7,4%).

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    Recuperação do turismo

    Dentre os setores mais afetados pela pandemia, Transportes (1,5%) cresceu pelo sexto mês consecutivo, enquanto Serviços prestados às famílias (4,6%) atingiu a terceira alta seguida. Porém, no ano, o primeiro ainda acumula retração de 8,5% e o segundo, de 37,7%.

    Já o índice de Atividades turísticas apontou expansão de 7,1% frente ao mês imediatamente anterior, sexta taxa positiva seguida, período em que acumulou ganho de 102,6%. Contudo, o segmento ainda precisa avançar 54,7% para retornar ao patamar de fevereiro. Alguns segmentos de serviços que se relacionam diretamente com o turismo, como o de Alojamento e alimentação, que teve alta de 6,4% em outubro frente ao mês anterior, e o de Transporte aéreo, que teve alta de 0,7%, ainda acumulam as quedas mais expressivas no ano (-39,2% e -37,6%, respectivamente).

    No consolidado — com o crescimento de 1,7% na passagem de setembro para outubro e o quinto resultado positivo consecutivo –, então, o setor de serviços acumula ganho de 15,8% desde junho. O resultado, porém, ainda é insuficiente para compensar as perdas de 19,8% entre fevereiro e maio, geradas pela pandemia. O volume de serviços prestados se encontra 16,6% abaixo do recorde histórico alcançado em novembro de 2014, além de 6,1% inferior a fevereiro de 2020.

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