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Sindicato diz que venda da Embraer coloca 25 mil empregos em risco

Metalúrgicos enviam carta a Temer pedindo veto; sindicato de engenheiros diz que recusa é 'utopia', mas teme perder domínio sobre tecnologia

Por Da redação
Atualizado em 6 jul 2018, 23h31 - Publicado em 6 jul 2018, 19h53
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  • O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (Sindmetal-SJC) avalia que a compra de 80% da divisão de aviação comercial da Embraer pela Boeing coloca cerca de 25 mil empregos diretos e indiretos em risco. De acordo com a entidade, a unidade da empresa brasileira em São José dos Campos emprega diretamente 13 mil pessoas. Os outros 12 mil são terceirizados de outras metalúrgicas e de prestadoras de serviços como limpeza e alimentação.

    O Sindmetal pediu nesta sexta (6) a Michel Temer que vete a negociação. “Como maior exportadora de produtos de tecnologia do nosso país, a Embraer tem de ser preservada em sua íntegra. Hoje, a empresa domina todas as etapas para a construção de uma aeronave. Ao ser vendida, será fatiada e enfraquecida”, afirmou a entidade em carta endereçada ao presidente. Desde a privatização da companhia, em 1994, o governo é detentor de uma golden share, ação preferencial que dá direito a veto em negociações como esta.

     

     

    Ao contrário do que pretende o Sindmetal, o Seesp, sindicato dos engenheiros, não planeja pedir que o negócio seja vetado, afirma a engenheira Rozana Nogueira, diretora da entidade: “Vetar é quase uma utopia. É uma empresa privada. Mas temos preocupação de como a questão vai se desenrolar.”

    Segundo ela, a preocupação maior é com a manutenção do polo tecnológico em São José dos Campos, cidade em que fica a maior unidade fabril da companhia. “Vamos continuar como um centro de desenvolvimento de tecnologia ou virar apenas uma montadora?”, questionou Nogueira, que trabalha há 19 anos na Embraer. “A Boeing levou o filé. Como o restante vai sobreviver? É a área de Defesa que fomenta pesquisa. Depois, a tecnologia é embarcada na comercial”

    Engenheiros da empresa que preferiram não se identificar afirmaram que o anúncio já era esperado há meses e não pegou ninguém de surpresa. Ainda não há informações concretas sobre transferências e demissões. Pouco antes do anúncio da venda, por meio de comunicado interno assinado pelo presidente da Embraer, Paulo Cesar de Souza e Silva, a empresa comunicou aos funcionários que os funcionários dedicados à área de jatos comerciais seriam deslocados para a nova joint venture, o que não deve ocorrer antes do prazo de 18 meses estimado para a aprovação do acordo pelo governo, pelas agências reguladores e pelos investidores.

    (Com Estadão Conteúdo)

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