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Governo articula estratégia para votação de reformas no Congresso

Ministro da articulação política defende 'tirar laranjas podres do cesto', em referência às traições da base na votação da reforma trabalhista

Por Da redação
Atualizado em 1 Maio 2017, 23h37 - Publicado em 1 Maio 2017, 21h52

O presidente Michel Temer recebeu neste feriado ministros e líderes da base aliada no Palácio da Alvorada para discutir a votação das reformas trabalhista e da Previdência. No encontro, eles fizeram uma avaliação da reforma trabalhista e analisaram o cronograma da semana no Congresso.

O líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), afirmou que a aprovação da reforma trabalhista por 296 votos representou uma “vitória maiúscula” e que agora é o “momento de consolidação da base”.

O parecer da reforma da Previdência será discutido amanhã na comissão especial da Câmara, que deve começar a votar a matéria partir de quarta-feira. Para ser aprovado na comissão, é necessário ter metade dos votos presentes, desde que haja quórum mínimo de 19 parlamentares.

Segundo Ribeiro, o governo acredita em uma vitória “expressiva na comissão”. “Nós temos a convicção que temos a maioria ampla na comissão, estamos trabalhando ainda com alguns partidos, aquelas dúvidas que há em relação ao texto para ajustar o placar amplamente majoritário”, disse. 

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Ele exemplificou que “muito” do que o PSB criticava “foi atendido” com as alterações promovidas nas últimas semanas pelo Planalto.

Sobre o convencimento da população dos pontos-chave da reforma da Previdência, Ribeiro concordou que trabalhar com a comunicação é um “desafio” para que se evitem a propagação de críticas com informações incorretas, como a de que o empregado precisaria trabalhar durante 49 anos para se aposentar.

Laranja podre

Na última sexta-feira, o responsável pela articulação do governo com o Congresso, o ministro Antonio Imbassahy (Secretaria do Governo), admitiu que a reforma trabalhista deixou alguns aliados insatisfeitos. Agora, o governo terá que fazer “os necessários ajustes” para evitar uma contaminação na base que amplie a dificuldade em torno da reforma da Previdência. Ele defendeu que é preciso “tirar a laranja podre do cesto”.

“Teve uma romaria, já vinha tendo esse tipo de inquietação, mas a partir da votação do [da reforma do] trabalho aumentou”, disse. “Há parlamentares da base que estão inconformados com a conduta de seus parceiros”, completou.

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Segundo Imbassahy, o governo vai atender as solicitações “dentro da análise e interpretação”. “O que nos interessa é ter o voto (na reforma da Previdência), mas também não dá pra conviver com situação em que parlamentares que tem posições no governo, cargos, atenção que o presidente dispensa e não contar com o voto”, completou. “Não podemos arriscar ter menos de 308 por uma contaminação da base. Nem pensar. Temos que tirar a laranja podre do cesto”, ressaltou.

Questionado se na conversa também foi discutida a insatisfação com os “traidores” da base aliada que não votaram com o governo na reforma trabalhista, Ribeiro disse que “não foi o tema até porque o ministro Henrique Meirelles [Fazenda]” estava no encontro. “O que se está fazendo é, dentro de um diálogo, procurar ainda essa consolidação da nossa base. Já tivemos uma série de motivações e estamos trabalhando no diálogo. O que posso garantir que tem uma cobrança da própria base para isso.”

(Com Estadão Conteúdo e Agência Brasil)

 

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