Após o término do leilão do excedente de petróleo da cessão onerosa realizado no Rio de Janeiro nesta quarta-feira, 6, o presidente da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Décio Oddone, afirmou, que a possibilidade das empresas terem de negociar acordos de coparticipação na extração de petróleo afastou as estrangeiras das áreas ofertadas. “Ao longo do período em que se discutia a participação no leilão, ouvimos as companhias comentando sobre o risco de ter de fazer um acordo bilionário posterior com a Petrobras, e que isso gerava muitas incertezas”, afirmou o presidente da ANP.
De acordo com Oddone, a preferência de compra por parte da Petrobras das áreas ofertadas foi um fator determinante para que os blocos não fossem vendidos. “O fato de haver necessidade de, após o leilão, as companhias ainda terem que negociar com a Petrobras, se não fossem parceiras dela, um acordo de coparticipação em volumes de recursos bilionários, claro que agregou risco ao leilão e dificultou a participação de outras empresas. Isso era inevitável graças à configuração do contrato original”, disse.
O resultado do leilão frustrou expectativas. Não houve oferta válida para as áreas de Sépia e Atapu, as últimas duas oferecidas. Das quatro áreas oferecidas no campo de Santos, no litoral fluminense, apenas os blocos de Búzios e Itapu foram arrematados, todos pelo percentual mínimo, de 23,24% e 18,15% do excedente. Ao todo, o leilão arrecadou 69,9 bilhões de reais, abaixo da expectativa do governo que era por 106,5 bilhões de reais.
O presidente da ANP ponderou que a agência não tinha preferência por operadoras e que o arremate do lote de Búzios ─ o maior oferecido ─ pela Petrobras era um movimento natural, já que a estatal já tem estrutura para extrair petróleo no local. “A Petrobras quer maximizar sua participação em Búzios, e a ANP não quer saber quem é um ou outro operador. Vai haver continuidade na geração de riqueza e produção em Búzios”, afirmou.