Tiago Leifert tinha razão sobre o BBB e os salários da Globo
Programa tem cotas que cobram até R$ 92 milhões e deve chegar próximo dos R$ 700 mi de arrecadação; Folha que era de R$ 1 bi em 2020, vem reduzindo
A 22ª edição do Big Brother Brasil começou há uma semana e, até o momento, a polêmica que marca a edição é anterior ao início dela. Uma discussão via redes sociais do ex-apresentador do programa, Tiago Leifert, com o ator global Ícaro Silva teve, entre outras coisas, uma declaração do apresentador dizendo que o programa ajuda a pagar o salário de todos na emissora. E, de fato, o BBB é um produto extremamente relevante para a emissora. Com cotas que variam de 11 milhões a 92 milhões de reais, o programa deve trazer cerca de 690 milhões de reais aos cofres da emissora este ano, segundo fontes do mercado publicitário.
De acordo com o último balanço patrimonial consolidado divulgado pela emissora, em 2020, a empresa gastou 1 bilhão de reais em salários e encargos sociais. De lá pra cá, essa folha diminuiu com a reestruturação da emissora e a saída de vários medalhões, como o próprio Leifert, o apresentador Fausto Silva e as atrizes Camila Pitanga e Elizabeth Savalla e Letícia Sabatella. De acordo com o site Notícias da TV, a Globo cortou 281 milhões de reais em salários no primeiro trimestre do ano passado. No mesmo período, a emissora reportou que sua receita líquida subiu 39% com a continuidade de programas ao vivo, reality shows e a retomada das transmissões esportivas. Em 2021, o BBB teve a participação total de 21 anunciantes, em 196 ações diferentes.
O fato é que o BBB é sucesso de vendas entre as empresas. Neste ano, Avon, PicPay, Americanas, Heineken (com a marca Amstel), Seara, P&G, C&A, Above e McDonald’s retornaram em cotas de patrocínio. A farmacêutica Hypera Pharma estreia entre o grupo, assim como a startup QuintoAndar. Nas cotas de patrocínio, além da veiculação de propagandas nos intervalos da emissora, há também um número de ações em provas e festas durante os meses que o programa está no ar.
O plano comercial do BBB tem ainda outros pacotes para anunciantes. É o caso de Fiat e da 99. A empresa de transporte por aplicativo, aliás, já estreou no programa patrocinando um almoço do Anjo, e saiu com um gosto amargo da experiência. Na ocasião, o participante Rodrigo cometeu uma gafe e chamou a empresa pelo nome da concorrente, a Uber.