A Uber começa sua jornada como uma empresa de capital aberto na Bolsa de Nova York nesta sexta-feira, 10, sob pressão para estrear em forte alta, após avaliar de forma conservadora sua oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês).
Na noite de quinta-feira, 9, o IPO da empresa, considerado o mais importante dos Estados Unidos desde o do Facebook há sete anos, precificou as ações a 45 dólares (aproximadamente 179 reais). O valor inicial das ações ficou na parte mais baixa da faixa indicativa de 44 a 50 dólares (entre 175 e 198 reais), especulada antes da operação.
Com isso, a companhia foi avaliada em 82,4 bilhões de dólares (326,9 bilhões de reais), e deve levantar 8,1 bilhões de dólares (32 bilhões de reais).
A cautela da Uber visa evitar o que aconteceu com as ações de sua concorrente Lyft. Em março, a empresa realizou seu IPO e vendeu suas ações a um preço de 72 dólares (283 reais) por ação, considerado alto por especialistas. Esses ativos se desvalorizaram desde então. Na quarta-feira, 8, depois que a companhia divulgou um prejuízo trimestral de 1,1 bilhão de dólares (4,3 bilhões de reais), seus papeis sofreram queda de cerca de 11%, cotados a aproximadamente 53 dólares (208 reais), valor mais baixo registrado até o momento.
Como uma empresa privada, a Uber arrecadou mais de 15 bilhões de dólares (59,5 bilhões de reais) de investidores para alimentar seu crescimento e expansão na entrega de alimentos e transporte de cargas, com pouca consideração por obter lucro. Com capital aberto, terá que lidar com relatórios trimestrais de resultados e demandas dos acionistas para traçar um caminho para a lucratividade.
O aplicativo divulgou um prejuízo líquido, no primeiro trimestre de 2019, de cerca de 1 bilhão de dólares (aproximadamente 4 bilhões de reais), com receita de aproximadamente 3 bilhões de dólares (11,8 bilhões de reais).
(Com Reuters)