A Uber terá de pagar direitos trabalhistas aos motoristas que trabalham para o aplicativo no Reino Unido. O Tribunal de Apelações sobre Emprego do Reino Unido decidiu nesta sexta-feira que os motoristas que trabalham para a Uber têm direito a proteções trabalhistas básicas, como salário mínimo garantido e descanso remunerado.
A magistrada Jennifer Eady rejeitou uma apelação da companhia, o que deve ter grandes implicações para aqueles que trabalham na chamada economia compartilhada, com pouca segurança e poucos direitos.
Os autores da petição, Yaseen Aslam e James Farrer, buscavam um salário mínimo e férias pagas, em linha com a lei do Reino Unido. A Uber argumenta que os motoristas são autônomos que poderiam perder “a flexibilidade pessoal que valorizam”, caso a empresa perdesse o caso.
O gerente-geral em exercício da Uber no Reino Unido, Tom Elvidge disse que os motoristas de táxi e privados têm sido autônomos há décadas no país, “bem antes do aplicativo existir”. Segundo ele, os motoristas usam o serviço de sua empresa por valorizar “a liberdade de escolher se, quando e onde irão dirigir”, por isso a Uber pretende apelar novamente.
Em evento promovido nesta quinta-feira pelo jornal The New York Times, o CEO da Uber, Dara Khosrowshahi, falou sobre a polêmica entre Londres. “O TFL (Transport for London, órgão responsável pelo sistema de transporte da cidade) deixou bem claro suas preocupações. Nós somos culpamos pela falta de comunicação e fomos até imaturos em relação a como lidamos com a regulamentação na cidade. O TFL fez recomendações e nós vamos atender aos requisitos. Espero que possamos trabalhar em Londres por um longo tempo”.
Sediada em San Francisco, na Califórnia, a Uber declara-se como uma companhia de tecnologia que liga motoristas autônomos a pessoas interessadas nesse serviço.