Ao menos um quarto dos CEOs responsáveis pela gestão de algumas das maiores empresas do mundo acredita que deve reduzir seus quadros de funcionários já em 2024 devido aos avanços da chamada inteligência artificial (IA) generativa, a nova geração de robôs que são capazes de aprender e gerar conteúdos a partir de dados e interações, à exemplo do que faz o ChatGPT.
O dado faz parte da 27ª edição da CEO Survey, pesquisa anual feita pela consultoria PwC e divulgada nesta segunda-feria, 15. A edição de 2024 entrevistou 4 700 executivos de 105 países.
Cerca de 25% deles responderam que podem enxugar seu quadro de funcionários em 5% ou mais neste ano por conta dos impactos da IA generativa. Entre os setores em que isso aparece com maior intensidade, está o de mídia e entretenimento, onde 32% dos CEOs afirmou que pode haver demissões por essa razão em 2024, e o de bancos e mercado de capitais, com as demissões nas projeções de 28% dos presidentes.
Isto não significa, no entanto, que a inteligência artificial, ao menos neste ano, irá levar a um quadro de demissões em massa. Em alguns setores, pelo contrário, os ganhos de produtividade, alcançados em boa parte pela própria tecnologia, devem levar a novas contratações em outras frentes, de maneira que o saldo acaba positivo para os trabalhadores.
“Por exemplo, embora 14% dos CEOs do setor de tecnologia digam que podem reduzir o quadro de empregados no ano por conta da IA generativa, 56% deles também afirmam que pretendem contratar em 2024”, diz o relatório da PwC. No total, 39% dos CEOs esperam que seu quadro de empregados aumente em 5% ou mais no ano, de acordo com a pesquisa.
Um terço dos entrevistados disse que já adota soluções de inteligência artificial nos negócios.
De acordo com a CEO Survey 2024, embora mais executivos estejam reticentes com relação ao futuro de sua empresa na comparação com o ano passado, o otimismo em relação à melhora da economia está crescendo.
Quando perguntados sobre o futuro da empresa, 45% dos entrevistados responderam que seu negócio não será mais viável em até 10 anos caso continue operando da mesma maneira de hoje. Em 2023, essa era a resposta de 40%.
Por outro lado, 38% deles diz que a economia pode melhorar nos próximos 12 meses – há um ano, apenas 18% acreditavam nisso. Para 45% dos CEOs a expectativa para a economia é ainda de queda ou desaceleração (em 2023, essa era a expectativa de 73%), enquanto 16% acreditam que o crescimento econômico ficará igual (ante 8% em 2023).