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Uma reforma além dos tijolos: Casa Branca sonda ‘fraude’ no Fed e testa os limites de sua independência

Enquanto a pressão por juros baixos não surte efeito, Trump e sua base governista acusam o Fed de "má gestão" pela reforma da sede do banco

Por Luana Zanobia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 21 jul 2025, 17h34

Se há algo que une o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e sua base política é a desconfiança visceral por instituições que operam fora de seu controle direto. O alvo da vez é o Federal Reserve (Fed), o banco central mais poderoso do mundo e, agora, também o mais politicamente vulnerável.

Nesta segunda-feira, 21, o Secretário do Tesouro, Scott Bessent, pediu formalmente uma investigação sobre “toda a instituição do Fed”, refletindo uma desconfiança crescente entre os republicanos de que o Fed deixou de servir aos interesses da nação – leia-se, aos interesses do presidente. “Acredito que o que precisamos fazer é examinar toda a instituição do Federal Reserve e se ela teve sucesso”, afirmou Bessent. Depois acrescentou, com desdém calculado: “Todos esses doutores lá, não sei o que eles fazem.”

Na semana passada, Trump sondou legisladores republicanos sobre a possibilidade de demitir Jerome Powell, presidente do Fed. A Constituição americana protege a independência do banco central, e o presidente não pode demitir seu chefe sem justa causa.

Mas Trump deixou no ar uma alternativa preferida entre populistas do século XXI: “afastá-lo por fraude”. A administração Trump abriu uma nova frente de ataque contra o Fed ao denunciar a reforma da sede da instituição em Washington, orçada em US$ 2,5 bilhões. Segundo o diretor de orçamento da Casa Branca, Russell Vought, trata-se de um projeto “grosseiramente mal administrado”. O Fed, numa tentativa inusitada de transparência, publicou um vídeo institucional de seis minutos, com imagens de operários e detalhes arquitetônicos.  O que irrita a Casa Branca? Um “elevador privado dos governadores” e “salas de jantar executivas”, entre outros luxos burocráticos. Em tempos normais, seriam itens irrelevantes de um retrofit.

Ademais às críticas da Casa Branca em relação ao orçamento da obra, o desconforto, na verdade, reside na discordância em relação à política monetária. O banco tem mantido a taxa básica de juros entre 4,25% e 4,5% desde dezembro. Para Trump, isso é inadmissível. O presidente exige cortes imediatos que deem novo fôlego à economia. Mais do que juros ou elevadores privativos, o que está em jogo é a própria independência do Fed. Trump quer um banco central que funcione como extensão do Executivo, algo que contradiz a lógica por trás de todo o arranjo institucional americano desde 1913.

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