A Comissão Europeia está monitorando as importações de carne brasileira e todas as empresas envolvidas na Operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal na última sexta-feira. Um porta-voz da entidade disse nesta segunda-feira que a União Europeia não permitirá que as empresas investigadas pela operação tenham produtos importados pelo bloco.
A Polícia Federal lançou na sexta-feira uma operação para desarticular uma organização criminosa envolvendo fiscais agropecuários e empresas do setor. A investigação apontou fraudes na fiscalização sanitária, com o pagamento de propina para liberação de mercadorias adulteradas e estragadas.
“A Comissão garantirá que as empresas envolvidas na fraude tenham suas exportações para a UE suspensas”, disse à imprensa britânica um porta-voz da entidade.
O órgão acrescentou que o escândalo não terá qualquer impacto nas negociações em curso entre a União Europeia e o bloco sul-americano Mercosul, que esperam chegar, em breve, a acordos sobre o livre comércio.
Nesta segunda-feira, o Ministério da Agricultura sul-coreano anunciou que o país vai intensificar a fiscalização da carne de frango importada do Brasil e banir temporariamente as vendas de produtos da BRF após o escândalo.
Defesa
A Operação Carne Fraca, deflagrada pela PF na última sexta-feira, apontou, entre outras empresas, irregularidades em duas gigantes do setor: BRF e JBS.
“A BRF nunca comercializou carne podre e nem nunca foi acusada disso”, disse a empresa, acrescentando que as menções de produtos estragados ou contaminados pela polícia estavam especificamente ligadas a frigoríficos menores sem relação com a BRF.
“A JBS e suas subsidiárias atuam em absoluto cumprimento de todas as normas regulatórias em relação à produção e à comercialização de alimentos no país e no exterior e apoia as ações que visam punir o descumprimento de tais normas”, disse a empresa.
Procurado por VEJA, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) diz não ter recebido nenhuma notificação formal da União Europeia.
(Com agência Reuters)