Vagas temporárias para a Páscoa têm queda de 22% em 2019
Desempenho foi afetado pela baixa na abertura de empregos para atendimento em lojas físicas
A Páscoa é uma data fundamental para o comércio brasileiro. Além de adocicar a vida de muitas pessoas, o período também é visto como uma oportunidade para quem está procurando emprego. Só neste ano devem ser geradas 18.130 vagas temporárias, seja na produção, na embalagem ou na venda de chocolates, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab). O número, porém, é 22% menor do que no ano passado, reflexo da queda na abertura de oportunidades em lojas físicas.
Os empregos temporários são caracterizados como aqueles em que a contratante é uma empresa específica de trabalho temporário, à disposição de uma empresa tomadora de serviço.
A queda com relação ao ano passado segue uma tendência no setor. Se no ano passado foram cerca de 23 mil vagas, em 2017 e 2016 as oportunidades de emprego na Páscoa estavam na casa dos 25 mil e 29 mil respectivamente.
Segundo Simone Garcia, vice-presidente da Abicab, as principais oportunidades de emprego são nas fábricas e na composição das embalagens. Isso porque as vagas para atendimento em lojas físicas vem caindo nos últimos anos. O motivo é a maior independência no brasileiro no momento das compras.
“O consumidor sabe o que quer e busca produtos que se enquadrem nessa decisão, com muita autonomia”, explica.
Nesse cenário, para ela, o objetivo do comércio é oferecer grande diversidade de ovos de Páscoa (de diferentes tamanhos e preços); e de outros produtos que começaram a ganhar força nos últimos anos, como bombons e barras de chocolate.
“O objetivo (do comércio) é que o comprador ache produtos de todas as variedades possíveis”, afirma.
Para quem está de olho em uma oportunidade, Simone diz que não está tarde para começar a procurar. “As contratações acontecem, de modo geral, até bem próximo do período da Páscoa”, relata.
Algumas vagas temporárias podem ainda se refletir em empregos efetivos. É o caso do Grupo CRM, dono das marcas Kopenhagen e Brasil Cacau, que vai gerar 395 oportunidades no país. Desses, cerca de 15% serão efetivados para atender ao plano de expansão Kopenhagen programado para 2019. Conforme apurou a reportagem, a empresa juntamente com outras quatro gigantes do setor Nestlé, Arcor, Cacau Show, Mondelez – dona da marca Lacta – são responsáveis por cerca de 17 mil vagas no país.
Com relação à duração dos contratos trabalhistas, Simone explica que o tempo varia de acordo com a vaga. Para as fábricas, as contratações tendem a começar meses antes da data, enquanto para o pessoal de vendas as oportunidades costumam ser mais pontuais.
O prazo máximo de contrato é de seis meses com possibilidade de prorrogação de mais três meses. Os trabalhadores temporários são contratados por carteira assinada e tem direito a recolhimento de Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), 13º salário e férias equivalente ao período trabalhado.