Vale diz que retomará operação na mina de Brucutu, após decisão do STJ
Com isso, mineradora reafirma sua projeção para as vendas de minério de ferro em 2019, entre 307 milhões e 332 milhões de toneladas
A mineradora Vale informou em fato relevante divulgado nesta quarta-feira, 19, que retomará em até 72 horas a integralidade das operações em sua mina de Brucutu, em Minas Gerais, após decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) na terça-feira, 18, contra uma liminar que suspendia as atividades da barragem Laranjeiras.
No comunicado, a empresa disse que, com a decisão, reafirma sua projeção para as vendas de minério de ferro e pelotas em 2019, entre 307 milhões e 332 milhões de toneladas, acrescentando que “a expectativa atual é de que as vendas se aproximem do centro da faixa”. Em maio, a Vale havia afirmado que o volume de vendas deveria ficar “entre o piso e o centro do intervalo” de suas projeções, em previsão que levava em conta uma recém-anunciada decisão contra a retomada da produção em Brucutu.
Inaugurada em 2006, a Mina de Brucutu é a maior da Vale em Minas Gerais, com capacidade de 30 milhões de toneladas ao ano, mas a falta de autorização para as operações a úmido (que utiliza a água para retirar as impurezas do produto) antes da decisão do STJ vinha fazendo com que a unidade operasse com um terço da capacidade. A companhia disse ainda que, com a operação integral em Brucutu, haverá “um incremento da qualidade média do portfólio de produtos da Vale”.
A Justiça já interrompeu e autorizou retomada das operações em Brucutu por diversas vezes, desde o rompimento de uma barragem da companhia em Brumadinho (MG), em janeiro, ter deixado centenas de mortos, levantando preocupações sobre a segurança das operações da mineradora. As operações estavam paradas desde 6 de maio.
Na mais recente decisão, proferida na terça-feira pelo presidente do STJ, ministro João Otávio de Noronha, foi deferido o pedido de suspensão de liminar feito pelo município de São Gonçalo do Rio Abaixo (MG) para aceitar a decisão que impedia a utilização da barragem de Laranjeiras.
Segundo o ministro, a decisão do anterior causou grave lesão à economia pública e afetou o interesse público da municipalidade. “Se, de um lado, a decisão impugnada, ao determinar a paralisação das atividades da barragem em questão e, por conseguinte, inviabilizar as atividades da mina de Brucutu, teve como objetivo a preservação da segurança da sociedade e do meio ambiente, de outro lado, não observou questões também relevantes e acabou por afetar, direta e indiretamente, a economia da municipalidade”, afirmou ele.
(Com Agência Brasil e Reuters)