A Companhia Vale do Rio Doce foi fundada pelo presidente Getúlio Vargas, em 1942. Era uma estatal destinada a explorar as jazidas de ferro de Minas Gerais. A empresa transformou-se em um gigante internacional depois que sua produção foi impulsionada pela descoberta da maior reserva de minério de ferro do mundo, na Serra dos Carajás, no Pará. Privatizada em maio de 1997, no governo FHC, a Vale é hoje a terceira maior empresa de mineração do mundo e a principal produtora de minério de ferro. Nestas duas décadas, o valor das ações da empresa, medido em dólares, multiplicou-se por sete. Apesar de a empresa ser privatizada e ter bons resultados financeiros, sempre pairou sobre ela o risco de ingerência política. Isso porque o governo podia exercer influência por intermédio dos fundos de pensão das estatais e do BNDES, grandes acionistas do bloco controlador da companhia. Agora, às vésperas do aniversário de vinte anos do leilão de privatização, a Vale prepara-se para finalmente deixar de ser uma empresa “paraestatal”. Na semana passada, anunciou-se uma reestruturação societária da mineradora que vai diluir o peso dos fundos de pensão em seu capital. Se tudo correr conforme o planejado, a Vale se tornará uma empresa com capital pulverizado em 2020: no jargão dos negócios, isso significa que não haverá um acionista controlador. Será uma companhia sem dono, ou melhor, com milhares de donos. No Brasil, empresas assim são poucas.
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