O volume de vendas no comércio acelerou 1% em julho ante o mês anterior, a maior alta desde novembro – que tem Black Friday -,segundo a Pesquisa Mensal do Comércio, divulgada nesta quarta-feira, 11, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O desempenho foi influenciado pela ampliação nas categorias hipermercados e eletrodomésticos. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o varejo cresceu pela quarta vez consecutiva, em 4,3% – neste ano o mês teve um dia a mais, o que influencia no cálculo – e no acumulado dos últimos 12 meses, passou de 1,2% para 1,6%.
De acordo com o IBGE, sete das oito categorias do varejo pesquisadas tiveram expansão no volume de vendas em julho em comparação a junho. Um dos destaques foi o crescimento 1,3% dos hipermercados, atividade que tem grande peso no indicador. Segundo a gerente da pesquisa, Isabella Nunes, o desempenho pode ser explicado pelo aumento da população ocupada, mesmo que informalmente. “Isso tem impacto nas vendas de hipermercados, que é uma atividade básica”, afirma ela, no relatório do levantamento. Dados do instituto divulgados em agosto mostram que o desemprego caiu 0,7 pontos percentuais no trimestre encerrado em julho ante o período imediatamente anterior, com o número de empregados sem carteira assinada no setor privado alcançando 11,7 milhões de pessoas, novo recorde histórico.
Outra categoria que impulsionou o comércio foi a de móveis e eletrodomésticos, que cresceu 1,6% no mês ante junho. De acordo com a gerente da pesquisa, a queda na taxa de juros ajuda a explicar o desempenho. No final de julho, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu a Selic de 6,5% para 6%, alcançando nova mínima histórica. “São vendas que vão participar do orçamento das famílias por alguns meses. A concessão de crédito aumentou para pessoas físicas, então houve um estímulo para as vendas de bens duráveis”, diz Nunes, em relatório.
No varejo ampliado, que inclui veículos e materiais de construção, houve crescimento de 0,7% em relação a junho, com recuo de 0,9% em veículos, motos, partes e peças, após avanço de 3,5% no mês anterior. Já os materiais de construção pressionaram positivamente, com avanço de 1,1%.
O IBGE também revisou os índices de maio, de -0,1% a 0,1% ; e junho, de 0,1% para 0,5%.