Apesar do crescimento lento da economia brasileira, o Dia das Mães deste ano deve ser melhor para os varejistas em comparação a 2018, segundo apontam pesquisas.
O número de consumidores que pretende fazer alguma compra cresceu 4 pontos percentuais, chegando a 78%, de acordo com levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).
O valor das compras também deve aumentar, já que, de acordo com pesquisa feita pelo Google, 74% dos consumidores pretendem gastar um valor maior ou igual do que no ano passado.
Além disso, o volume de vendas também deve crescer 3,8%, descontada a inflação, segundo estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Esses dados positivos aparecem em meio a uma economia com atividade fraca e recuperação lenta. A previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, por exemplo, segundo o Boletim Focus, do Banco Central, vem sofrendo quedas consecutivas há nove semanas.
A explicação para esse contraste, de acordo com Antonella Weyler, líder de insights para o varejo do Google Brasil, pode ser sentimental. “O Dia das Mães é uma data muito emocional. Tem todo um comportamento por trás, de querer homenagear a mãe”, afirma.
Já segundo Fabio Bentes, economista-chefe da CNC, “desde que a crise [econômica] acabou, em 2016 e início de 2017, as vendas para o Dia das Mães vêm crescendo”.
Com a alta nas vendas, devem aumentar também o número de contratações temporárias. “Como a expectativa é de alta, a contratação tende a crescer um pouco mais que no ano passado”, explica Bentes, da CNC. O órgão projeta a contratação de 22,1 mil trabalhadores temporários no varejo em todo o Brasil. No Dia das Mães de 2018, foram abertas 21 mil vagas. O salário médio de admissão deve ficar em cerca de 1.262 reais, ou 4% acima do valor médio pago na mesma data comemorativa do ano passado.
Além disso, o Dia das Mães também vem se consolidando no e-commerce. Segundo a pesquisa do Google, 8 em cada 10 brasileiros já procuram o presente pela internet e 25% dos consumidores consultados dizem de fato efetuar a compra deste modo. Com isso, vem crescendo também o formato “compre e retire”, em que o consumidor adquire o produto online, mas retira-o na loja. Isso faz com que o presente possa ser entregue na data, e gera economia, já que não necessita de frete.
Weyler, do Google, destaca ainda que 2019 mostra uma consolidação da mudança no perfil dos presente escolhidos. Dados da pesquisa, mostram que, entre 2016 e 2018, a procura por eletrodomésticos e eletroportáteis aumentaram 23%, enquanto itens como artigos esportivos (em especial os de corrida), roupas e calçados, como sapatilhas e produtos/kits para banho cresceram, em média, 45%. “É uma queda no presente para casa e um aumento nas compras para as mães efetivamente”, analisa Weyler. Segundo ela, a explicação para essa mudança envolve “uma questão comportamental, de entender o papel da mãe e reconhecê-la como individuo, dissociada do papel de dona de casa”.
(Com Agência Brasil)