As vendas no varejo brasileiro cresceram 1,2% em maio em relação ao mês anterior, superando as expectativas do mercado que previam uma queda de 0,9%. Em comparação ao mesmo período do ano passado, o varejo registrou um avanço de 8,1%, enquanto a expectativa era de apenas 4%, conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira, 11. No acumulado do ano, o crescimento é de 5,6%.
Com este resultado, as vendas no comércio varejista do país avançaram pelo quinto mês consecutivo, alcançando o maior patamar da série histórica.
Entre as oito atividades pesquisadas do varejo restrito, cinco registraram resultados positivos em maio. As principais contribuições vieram do setor de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,7%) e de outros artigos de uso pessoal e doméstico (1,6%), refletindo um bom desempenho do consumo das famílias também no segundo trimestre. Por outro lado, os setores de móveis e eletrodomésticos (-1,2%), combustíveis e lubrificantes (-2,5%) e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-8,5%) apresentaram quedas.
A leitura ampliada, que inclui todos os setores varejistas, como veículos, motos, partes e peças, material de construção e atacarejos, registrou um crescimento de 0,8%, o que equivale a uma expansão de 5% em relação a maio de 2023. No entanto, os resultados detalhados mostraram quedas em setores importantes: veículos, motos, partes e peças caíram 2,3% e materiais de construção recuaram 3,5%, retomando a tendência negativa observada ao longo do ano.
Entre os fatores macroeconômicos que influenciaram os resultados do varejo, destacam-se o aumento da concessão de crédito para pessoas físicas, o crescimento da massa de rendimento salarial e o aumento do número de pessoas ocupadas.
Igor Cadilhac, economista do PicPay, comentou sobre as projeções para o futuro: “Nossa perspectiva continua sendo de um mercado de trabalho aquecido, crescimento da massa de rendimento, aumento de crédito para pessoa física e inflação bem comportada, todos impulsionando o consumo das famílias.”
Apesar da surpresa positiva nos resultados do varejo restrito, Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, afirmou que isso ainda não altera a perspectiva de crescimento do PIB para 2024 além dos 1,9% inicialmente previstos, dado que o setor de hipermercados é altamente volátil e o desempenho da pesquisa ampliada não foi tão positivo quanto o da restrita.