Um relatório enviado aos clientes da gestora Verde, de Luis Stuhlberger, faz duras críticas aos controladores da Americanas na ocasião do rombo contábil de 20 bilhões de reais no balanço, que resultou em um prejuízo de 14 bps no fundo com posição em debêntures da empresa, o que a levou a ficar marcada em aproximadamente 13% do valor de face.
Apesar de não citar os seus nomes diretamente, a gestora criticou a atitude de Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles, sócios do 3G, de não financiarem as perdas. “Os três controladores da companhia, diante da escolha entre aportes para reparar um pedaço substancial da fraude, ou preservar sua reputação / legado, tem ficado silentes, mas claramente escolheram a opção financeira.”
A gestora lamentou, ainda, que foi vítima de uma fraude e lamentou o longo período de tempo que a empresa levou para afastar um funcionário. “Beira o inacreditável que somente 23 dias após o fato relevante, que alguém da companhia, seja na área financeira, seja na alta gestão, tenha sido afastado. Temos a maior fraude da histórica corporativa do Brasil, um buraco de mais de vinte bilhões de reais, e a gestão financeira da companhia (com exceção da recém-empossada CFO) continuou sendo feita pelas mesmas pessoas durante todo o período seguinte”.
Em conclusão, a gestora afirmou que sua resposta “a esse evento será mais trabalho, mais pesquisa, disciplina e foco. Seguiremos investindo em crédito, com um portfólio bastante diversificado, apoiando boas companhias, em estruturas com boas garantias e retornos adequados”. Vale lembrar que o fundo Verde teve valorização de 2,74% em janeiro, frente a 1,12% do CDI, com ganhos principalmente com commodities, real e juros globais.