Antes vista como bicho papão, Inteligência Artificial ganha adesão de professores
Uma das plataformas mais utilizadas foi desenvolvida no Brasil
Praticamente dois anos depois da Inteligência Artifical chegar ao grande público, seu uso na sala de aula já não é visto como uma ameaça ao professor e ao processo de aprendizagem. Aos poucos, os docentes vão deixando a desconfiança de lado para aderir ao uso de ferramentas que são capazes de ajudar no dia dia. É cada vez mais comum encontrar profissionais da educação que se renderam à IA para personalizar o ensino e, principalmente, facilitar a realização de tarefas administrativas.
Uma das plataformas mais utilizadas atualmente, a Teachy, foi desenvolvida no Brasil e já conta com 400 000 docentes inscritos, que buscam no ambiente virtual auxilio para planejar aulas, organizar o ano letivo, criar atividades em sala e lista de exercícios e até corrigir de provas.
“A ideia é diminuir o tempo de burocracia e fazer com que o professor fique livre para se dedicar ao que realmente importa: dar mentoria para os alunos desenvolverem seus maiores potenciais”, explica Pedro Siciliano, CEO e fundador da companhia. Durante dois anos, a equipe da empresa alimentou o banco de dados com materiais didáticos e bancos de questões de fontes aberta provenientes de diversas partes do mundo. Uma vez reunidas as informações, diversas tecnologias disponíveis no mercado foram utilizadas para reunir todo o conteúdo e oferecer respostas às necessidades dos professores.
Com poucos cliques é possível fazer slides, mapas mentais, resumos, entre outras tarefas que depois serão utilizadas nas classes. A IA permite ainda um acompanhamento mais individualizado do desempenho de cada aluno. “A resposta nem sempre é perfeita, mas a plataforma ajuda em 80% do trabalho, principalmente reduzindo tempo. Quem se coloca no centro do processo de aprendizagem sempre segue sendo o professor”, afirma Siciliano.
Outras mudanças nas relações com os alunos também são observadas. Com o acesso à tecnologia, a dinâmica em sala de aula acaba mudando. Processos de aprendizagem por projeto (e não por disciplina), discussões de temas complexos e correções de textos com indicações precisas de melhoria de escrita são algumas das metodologias que têm se tornado mais comuns nas escolas com o uso de ferramenta.
“Os alunos nunca deixaram de aprender tabuada depois da invenção da calculadora, mas uma vez assimilada, ela passa a facilitar o cálculo. O mesmo acontece com a IA, que traz produtividade e permite ao aluno aprender mais coisa”, finaliza Siciliano.