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Exercícios de caligrafia foram abandonados pelas escolas

Para educadores, prática é 'mecânica' e não ajuda no aprendizado

Por Nathalia Goulart
24 jun 2010, 15h56

Com a chegada da pedagogia moderna há cerca de 30 anos, a filosofia dentro as sala de aula mudou

O caderno de caligrafia parece mesmo ter se tornado coisa do século passado. Há pelo menos duas décadas, são poucos os alunos que se debruçam sob a velha obrigação de treinar exaustivamente a letra cursiva nas folhas pautadas.

Com a chegada da pedagogia moderna, há cerca de 30 anos, em grande parte inspirada no construtivismo, a filosofia dentro das salas de aula mudou. A capacidade do aluno de descobrir seus próprios caminhos para a alfabetização e o treinamento da escrita passou a ganhar espaço. Exercícios considerados mecânicos foram desacreditados e, assim, os cadernos de caligrafia caíram em desuso até quase desaparecer.

“Atualmente, as instituições prezam mais a liberdade de expressão, e essa liberdade também se aplica ao ato de escrever”, afirma Gustavo Vasconcellos, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Psicomotricidade. “Em parte, a caligrafia foi abandonada pela grande maioria das escolas porque promove uma escrita padronizada, que já não faz parte da filosofia das escolas”, acrescenta.

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Nem todos concordam. Para João Batista Oliveira, educador e presidente do Instituto Alfa e Beto, o abandono dos exercícios de caligrafia é resultado de uma postura equivocada e afeta o aprendizado. “As escolas se preocupam com as chamadas ‘competências superiores’ como se elas pudessem existir sem as ‘inferiores’. Se a criança não sabe escrever rapidamente e de forma legível, não consegue cumprir a tarefa escolar “, argumenta.

Para os especialistas ouvidos por VEJA.com, o treino da caligrafia deve acontecer, mas não pode se restringir à repetição incansável das letras do alfabeto. É preciso simultaneamente explorar a estrutura da escrita, construindo frases, por exemplo, para que o aluno possa se exercitar na sintaxe e na semântica da língua.

“Do ponto de vista da neurociência, quando executamos o traçado das letras e palavras, enviamos informações para o cérebro e contribuímos para a formação de memória”, aponta a pesquisadora Elvira Souza Lima, que defende que o tempo dedicado a tarefas como a cópia de textos e exercícios de caligrafia não deve exceder 15% da carga horária dos jovens estudantes.

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