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Não deu certo: escola sofre linchamento virtual

Após atividade com fantasias de gari e empregada receber duras críticas na internet, redes sociais de colégio foram invadidas com comentários ofensivos

Por Da redação
Atualizado em 4 jun 2024, 22h01 - Publicado em 6 jun 2017, 22h46
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  • Com a repercussão negativa da atividade “se nada der certo” dos alunos do terceiro ano do ensino médio, as páginas da Instituição Evangélica do Novo Hamburgo (IENH) nas redes sociais têm recebido diversos comentários ofensivos. Segundo a mãe de uma aluna da instituição, que preferiu não se identificar, usuários chegaram a criticar a escola até mesmo em posts com fotografias de crianças do ensino básico, acusando-a de “indução subliminar para formar crianças preconceituosas”. A responsável disse ainda estar com “medo até de sair com a filha de uniforme na rua”.

    O “linchamento” virtual começou na segunda-feira. O alvo da ira: uma atividade em que estudantes se fantasiaram de faxineiros, ambulantes, vendedores e moradores de rua, suas supostas alternativas “se nada der certo”, ou seja, se não passarem no vestibular. Para milhares de usuários, a ação, que aconteceu em 17 de maio e foi divulgada na página do Facebook da instituição, é um desrespeito aos diversos profissionais.

    A atividade faz parte do projeto “Dia D”, que envolve alunos da Comissão de Formatura do IENH, agências de formatura e a direção da instituição. O tópico ‘se nada der certo’ teve cobertura, com fotos e vídeos, do site bombô, que também assina uma página no Jornal NH, veículo impresso local. Com a repercussão negativa, o portal apagou, nesta segunda-feira, a matéria e, no lugar, divulgou a nota de esclarecimento produzida pelo IENH complementando que: “As críticas manifestadas devem ser absorvidas com respeito”.

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    Segundo o pronunciamento do colégio, que já tem mais de 9.300 reações no Facebook, “atividades como essa auxiliam na sensibilização dos alunos quanto à conscientização da importância de pensar alternativas no caso de não sucesso no vestibular e também a lidar melhor com essa fase”. A instituição disse ainda que houve um “mal entendido com a concepção e realização da atividade, que não teve o objetivo de discriminação”. Procurada pela reportagem de VEJA, a assessoria da instituição informou que a diretoria estava em reuniões sobre o assunto e não poderia fornecer maiores esclarecimentos até a conclusão desta reportagem.

    “Se nada der certo” 

    Para a mãe da aluna da IENH, “foi uma surpresa ver que uma instituição de qualidade tenha aprovado tal prática dos alunos”. “A escola é uma aliada no processo de construção do cidadão, mesmo que a base venha de casa. Ela poderia ter identificado, sozinha, o problema dessa atividade, que não pode ser tratada como brincadeira. Ofender e denegrir a imagem de outras pessoas não é brincadeira”. Além disso, para ela, é grave que só agora o assunto tenha repercutido. “A atividade passou pela escola, pelas famílias, pela imprensa local e ninguém se deu conta da gravidade”.

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    Escola de Porto Alegre promove o trote
    Escola de Porto Alegre promove o trote “Se nada der certo” e alunos se fantasiam de gari, atendente de supermercado, morador de rua (Reprodução/Reprodução)
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