Sob pressão de parlamentares de diferentes vertentes ideológicas e de várias entidades civis, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, anunciou nesta terça-feira (19) que realizará uma votação online para decidir se adia ou não o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Segundo o anúncio feito pelo Twitter, o processo será aberto aos inscritos ao longo da última semana de junho. Na publicação, Weintraub admite a possibilidade de adiar o exame para depois do fim da pandemia. Entretanto, o mais provável é que, mediante adiamento, a prova ocorra no final de novembro.
Em uma transmissão realizada em sua página no Instagram, o ministro garantiu que vai respeitar a decisão dos candidatos. “Vamos ouvir a parte interessada, a que se inscreveu. Se a maioria topar, a gente adia. A minha posição é respeitar as pessoas, não é nada impositivo. Quem não quiser opinar, pode ficar quieto também” afirmou. Até o momento, segundo o MEC, cerca de 4 milhões de pessoas se inscreveram para o Enem. Destes, 98% possui celular e 75% tem acesso à internet – o que significa que ao menos um milhão de candidatos está com acesso reduzido às aulas online fornecidas pelas escolas. “Eu sei que para algumas pessoas é mais difícil ainda. [Mas] O fato de deixar ruim para todo mundo não vai fazer do Brasil um lugar melhor. Se adiarmos, vamos perder um ano inteiro”, justificou o ministro.
Durante a live, Weintraub antecipou também que estão sendo programadas mudanças na forma de aplicação do exame por conta da pandemia, como o maior distanciamento entre as carteiras. A medida, segundo o ministro, deve gerar um gerar um impacto econômico, dado que serão necessárias mais salas de aula, bem como um número maior de fiscais de prova. Ele afirmou também que as salas serão limpas com água sanitária e que haverá álcool gel nas escolas para uso dos candidatos.
No fim desta terça-feira, mesmo sem a manifestação do governo, o Senado votou o projeto de lei 1277/2020 que prevê a suspensão de provas e exames em casos de calamidade pública. Mais cedo, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), cobrou do presidente Jair Bolsonaro uma posição definitiva sobre o assunto. Maia afirmou que, se o texto for aprovado pelos senadores, também será pautado na Câmara. “Se o Senado votar, eu vou votar”, garantiu, em entrevista coletiva.