Anavitória sobre live e quarentena: ‘Queremos tirar coisas boas do caos’
Isoladas, as cantoras estão morando juntas em uma casa na região serrana do Rio de Janeiro, de onde farão a transmissão do primeiro show online
Por causa da pandemia, as cantoras Ana Clara e Vitória Falcão, do duo Anavitória, voltaram a morar juntas. As jovens originalmente de Araguaína, Tocantins, que por um tempo, no início da carreira, dividiram apartamento em São Paulo, agora estão isoladas em uma casa na região serrana do Rio de Janeiro com o empresário Felipe Simas e a produtora Isadora desde o início das medidas de distanciamento social. Nesta sexta-feira, 22, elas farão a primeira live musical da carreira em uma apresentação transmitida diretamente do local. Ao todo, serão dois shows. O primeiro, às 19h, no canal oficial da dupla no YouTube, e o segundo, às 21h, com transmissão simultânea no Multishow pela TV por assinatura e também no YouTube.
A VEJA, a dupla disse por telefone que o repertório terá as músicas mais antigas da carreira. Recentemente, elas lançaram um show só voz e violão e que a transmissão ao vivo terá muito dessa apresentação. “Estamos ensaiando todos os dias”, disse Ana, que só recentemente conseguiu voltar a compor e lançou com Vitória a música Me Conta da Tua Janela, inspirada pela quarentena. Na nova faixa, Anavitória entoa: “Me diz que o mundo não vai acabar / Eu fiz essa canção, amigo / Pro mundo inteiro se curar”. “Às vezes, a gente procura um lugar para fugir e ouvimos algo para ficarmos bem”.
Não está sendo fácil para ninguém lidar com o isolamento social. Como vocês duas têm encarado a situação? Conseguiram compor?
Vitória: Estou tentando ficar bem. Tem dia que eu acordo mal e faço o quê? Boto uma música bem triste. Aí o sol volta e a felicidade também, então boto música feliz para ouvir. Sou esse tipo de pessoa. Acho muito importante encontrarmos pequenas sensações de bem-estar no nosso dia a dia. Conversei com a Ana outro dia e disse que temos que ritualizar tudo, para quando você ficar mal, ter para onde fugir. A música é um tipo de hipnose. Uma grande bênção do mundo.
Ana: Não estamos compondo por enquanto. Escrevi uma música nessa quarentena, mas não sou uma pessoa que escreve com frequência. Estou começando a entender melhor o meu ritmo. No começo da quarentena foi bem complicado. Estamos morando juntas em uma casa aqui na floresta. Temos tentado assimilar a rotina de trabalho com todo o resto. Estava tudo muito corrido, agora as coisas se acalmaram. Tudo está muito silencioso. Hoje foi um dia estranho, em que acordei ansiosa. No mais, estou conseguindo organizar a minha rotina e me dedicando ao meu instrumento. Estamos pirando em umas coisas novas que não tínhamos tempo de fazer. Queremos tirar coisas boas do caos e estamos vivendo um dia de cada vez, doidas para que tudo volte ao normal o mais rápido possível.
Como está a convivência nesta casa na serra?
Vitória: Eu estava morando em São Paulo com a minha irmã, mas ela é médica e não dava para ficarmos na mesma casa por causa do trabalho dela. Então, eu e a Ana, que estava morando sozinha, viemos para essa casa porque não sabemos quanto tempo tudo isso vai durar. Estamos perto da natureza e isso está nos ajudando.
O que vocês estão preparando para esta primeira live?
Ana: A live é o jeito que nos possibilita conectar com nossos fãs. Acho muito legal os comentários das lives. As pessoas ficam comentando no mesmo espaço. Daí eles começam a conversar entre si. Acho muito massa porque se cria uma comunidade e todos se aproximam nesse momento tão difícil.
Vitória: Estamos ensaiando todos os dias. Vamos tocar muitas músicas antigas que não apresentávamos há um bom tempo. Estávamos fazendo um show voz e violão e a maioria das músicas vão sair dali. Agora temos mais tempo para ensaiar.
Que novos artistas estão escutando nesses dias?
Ana: Estou ouvindo uma cantora carioca chamada Julia Mestre. O álbum novo dela, Geminis, é lindo. É uma música que eu coloco para tocar e fico muito feliz e com vontade de fazer coisas boas.
Vitória: Eu estou curtindo muito a música Deixa a Luz Entrar, do Paulo Novaes, que ele lançou com o Rubel. Ouço todo dia como uma reza. Ela fala muito de interiorização.
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