IMPERDÍVEL: ‘Logan’ recupera a arte e brutalidade dos quadrinhos
Filme é uma bela homenagem ao Wolverine eternizado por Hugh Jackman
São muitas as referências perceptíveis no filme Logan. Bill Munny, o pistoleiro aposentado vivido por Clint Eastwood em Os Imperdoáveis (1992), obrigado a cumprir uma última missão, é talvez a mais óbvia. Adicione ao lado do carrancudo um idoso palpiteiro e uma criança estranha, e jogue o grupo na estrada em um road movie aventureiro, combinação à la Pequena Miss Sunshine. Ao fundo, o bom e velho violão de Johnny Cash.
As inspirações acima foram abraçadas sem medo pela equipe do filme, em cartaz no Brasil, afirmou Hugh Jackman, que retorna à pele de Logan/Wolverine uma última vez. Em um futuro em que os mutantes foram exterminados, Wolverine pendura as garras, enquanto um velho e alcoólatra Logan sobrevive como motorista particular. Ele cuida do professor Charles Xavier (Patrick Stewart), agora nonagenário e debilitado por uma doença neurológica degenerativa. A dupla se vê obrigada a fugir de seu esconderijo na fronteira entre Estados Unidos e México com a chegada da agressiva Laura (Dafne Keen). Uma menina com os mesmos poderes de Wolverine, perseguida pelo mini-exército de uma grande corporação.
Para além das muitas boas referências cinematográficas, o filme dirigido por James Mangold bebe sem medo de Velho Logan (Old Man Logan no original), HQ distópica feita para adultos de estômago forte. Toda a violência do arisco personagem de X-Men ganha tons ainda mais sombrios e artísticos na série da Marvel lançada há uma década. Tanta brutalidade se torna palatável no cinema com a ajuda do imbatível carisma de Jackman, que mantém há 17 anos o personagem como um dos favoritos no superlotado filão de super-heróis.