Oscar 2020: abertura tem defesa de diretoras e atores negros
Apresentação contou com número musical de Janelle Monáe e diálogo entre Steve Martin e Chris Rock
Sem mestre de cerimônia pelo segundo ano seguido, o número de abertura do Oscar 2020 contou com uma apresentação de Janelle Monáe e um diálogo entre os comediantes Steve Martin e Chris Rock – cuja curta duração foi muito bem aproveitada, aliás.
Monáe cantou enquanto dançarinos usavam figurinos de filmes do último ano, indicados ou não ao prêmio, como Adoráveis Mulheres, Coringa e Nós. No meio da canção, ela recebeu a companhia de Billy Porter, que cantou alguns versos de I’m Still Standing, de Elton John.
Ao voltar para a plateia, Monáe lembrou que nenhuma mulher foi indicada ao prêmio de melhor direção neste ano – protesto que também foi feito por Martin e Rock, no diálogo de abertura.
A dupla começou provocando Jeff Bezos, o multimilionário dono da Amazon, que estava na plateia. “Ótimo ator”, disse Martin. “Ele se divorciou e ainda é o homem mais rico do mundo”, completou Rock. “Ele assistiu a História de um Casamento e achou que era uma comédia”, afirmou, fazendo referência ao longa que concorre ao prêmio de melhor filme e retrata o complicado processo de divórcio de um casal.
Rock também usou a apresentação para lembrar que a única pessoa negra a ter sido indicada nos prêmios de atuação este ano foi Cynthia Erivo, pela cinebiografia de Harriet Tubman, uma ex-escrava que se tornou abolicionista. “Cynthia fez um trabalho tão bom ao esconder pessoas negras em Harriet que a Academia do Oscar fez com que ela escondesse todos os indicados”, alfinetou.
Em outro momento, também falando sobre racismo, Rock afirmou que o ator Mahershala Ali, que estava na plateia, tem dois Oscars. “Sabe o que os prêmios significam quando ele é parado por policiais? Nada.”