Uma boyband não costuma durar muito. Mas os Backstreet Boys, que no começo da carreira rejeitaram o rótulo e preferiram se definir como um grupo vocal, estão na estrada há 25 anos.
E deixam para trás diversos grupos contemporâneos com quem rivalizavam pela atenção dos adolescentes dos anos 1990. A década, afinal, foi fértil na formação de boybands. Além dos Backstreet Boys, surgiram na época *NSYNC, Boyzone, 98 Degrees, Take That, Westlife e Five, entre outras.
Nenhuma durou tanto, nem o *NSYNC, com quem os Backstreet Boys supostamente tinham uma briga. O grupo de Justin Timberlake, também formado pelo empresário Lou Pearlman em Orlando, Flórida, se separou em 2002.
E os Backstreet seguem adiante, lotando casas em Las Vegas. Para comemorar as bodas de prata, os meninos lançaram um single, Don’t Go Breaking My Heart, e preparam um novo álbum, o primeiro em cinco anos.
E continuam acrescentando datas à sua bem-sucedida residência em Las Vegas, Backstreet Boys: Larger Than Life. A princípio, a residência deveria para ter nove shows. Mas o sucesso foi tanto – o grupo quebrou o recorde de média de audiência por espetáculo – que novas datas foram sendo adicionadas. Neste momento, a banda faz mais uma residência, que começou dia 25 de julho e segue até meados de agosto, com mais nove apresentações em Vegas, para onde o grupo retorna em outubro para outras doze. Já são cerca de 80 até agora.
Mas, por mais bem-sucedida e longeva, a história dos Backstreet Boys não se deu sem percalços. O grupo teve um hiato de dois anos antes da volta, em 2005, com o álbum Never Gone, quando Nick Carter decidiu seguir carreira-solo, e a relação entre os cinco estava desgastada. A reconciliação começou quando AJ McLean foi ao programa de Oprah Winfrey para falar de seu vício em álcool e drogas ilícitas, e recebeu o apoio dos companheiros. Em 2006, Kevin Richardson deixou o quinteto para fazer outras coisas.
Os Backstreet Boys chegaram a lançar dois álbuns com quatro integrantes apenas (Unbreakable e This Is Us), até o retorno de Richadson em 2012. No ano seguinte, comemoraram vinte anos de estrada com o álbum independente In a World Like This. Também tiveram uma briga com o seu ex-empresário Lou Pearlman que chegou aos tribunais.
As desavenças, no entanto, agora são passado, e o clima do grupo é festivo. Num bate-papo com o site de VEJA, em Los Angeles, AJ McLean, Howie D., Nick Carter, Kevin Richardson e Brian Littrell contam que vão se apresentar no Brasil em breve e falam do que mais gostam no país. A conversa foi feita antes de a Procuradoria de Los Angeles anunciar que investiga uma denúncia de assédio contra Carter — tema que, por isso, não entrou na conversa.
Qual a inspiração deste novo single?
Howie D. – Eu!
Nick Carter – Howie nos inspirou (risos).
Kevin – Os autores da música (Stuart Crichton, Jamie Hartman e Stephen Wrabel) viram nosso show em Vegas e se inspiraram na apresentação para criar. É o Backstreet Boys 2018. A música somos nós, sem tentarmos ser algo que não somos. É autêntica.
Nick Carter – É uma grande música, amamos ao ouvir. Era do que precisávamos depois de dois anos preparando um disco. Havia ótimas harmonias para trabalharmos no coro, a letra era boa, o som era animado, com uma vibe dos anos 1980. Kevin amou por ter os sintetizadores. E soa como Backstreet Boys 2018. Achamos que era o que nossos fãs queriam.
Como manter a autenticidade depois de tantos anos?
Howie – Sempre fomos conhecidos pelo que somos e pela nossa marca: a nossa harmonia musical. Tivemos sorte de ter trabalhado com alguns compositores espetaculares, e nós mesmos, conforme crescemos como artistas, começamos a escrever para achar grandes melodias e boas letras. A música deve emocionar. Acredito que tenhamos sido capazes de emocionar a nós mesmos e a nossos fãs por 25 anos.
Como está sendo a residência em Las Vegas?
AJ McLean – Incrível. Inicialmente, a gente ia fazer nove shows, meio como teste, acho. Era o que o Planet Hollywood e o Caesar’s queriam. Aqueles nove shows esgotaram. Adicionamos nove. Eles também esgotaram. Fomos adicionando mais e mais datas. Fizemos 26 e depois mais 52. Para mim, Vegas tem sido o catalizador para o que está acontecendo hoje. Fizemos muitas coisas diferentes nos últimos anos, filmes, comerciais, televisão, sempre mantendo nossa marca viva. Mas Vegas realmente deu um up.
Nick Carter – É um lembrete.
AJ McLean – Exato. O show leva as pessoas a reviver os últimos 25 anos. São duas horas com todos os hits, algumas das nossas músicas favoritas. Vamos acrescentar o novo single nessa volta, agora. Vegas é um centro para fãs do mundo todo. Nick diz que Vegas é o maior palco do mundo hoje. Ter uma residência em Vegas agora é o objetivo.
Brian Littrell – Espero que continuemos lá por um bom tempo. Mas temos uma nova turnê vindo aí, no final do ano. Vamos para a Europa no ano que vem, e América do Sul também e para o Brasil! Temos muitas coisas antes do álbum no outono. É só o começo.
Estão animados de ir ao Brasil?
AJ – Claro!
Kevin – Amamos ir ao Brasil!
Howie D. – Muitas memórias boas de lá.
Brian – Os fãs são tão apaixonados por tantos anos.
Nick – E leais.
Brian – E leais.
Nick – São os mais leais.
Howie D. – E a comida é ótima. Churrasco brasileiro! Caipirinha!
AJ – A comida é ótima.
Nick – Kevin gosta das caipirinhas. Ele bebe muitas.