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Ataque decepciona e Gabriel Jesus mantém jejum — melhor para Richarlison

Novamente escalado de início, atacante manteve cenário de 2018, com muita luta e poucas chances criadas. Pedro também passou em branco

Por Luiz Felipe Castro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 2 dez 2022, 18h21 - Publicado em 2 dez 2022, 18h16

Esteja feliz ou triste, Gabriel Jesus parece ter quase sempre o mesmo semblante e ainda não conseguiu sorrir e fazer a comemoração “Alo, Mãe!” em uma Copa do Mundo. Quatro anos e meio depois de passar em branco nos cinco jogos que fez no Mundial da Rússia, o atacante voltou a ser escalado de início, na esperança de enfim marcar um golzinho, mas o roteiro seguiu o mesmo: muito esforço e poucas ocasiões efetivamente importantes na derrota do Brasil por 1 a 0 para Camarões no Lusail, pelo fechamento do Grupo G. Melhor para Richarlison, o novo 9, que quer sempre jogar para não abrir margem para a concorrência, mas hoje foi poupado.

Tite é admirador confesso de Gabriel Jesus desde que eram rivais, um como técnico do Corinthians e o outro como promessa do Palmeiras. Foi o gaúcho quem apostou alto no garoto, em setembro de 2016, quando ambos estrearam pela seleção diante do Equador, em Quito, com dois gols do atleta de recém-cumpridos 19 anos. Jesus, então, passou a ser o dono da pesadíssima camisa 9 e correspondeu com 10 gols em 17 jogos. Mas desde o fracasso na Rússia nunca mais foi o mesmo com a camisa amarela.

Em 36 jogos de lá para cá, fez nove gols (nenhum deles nas Eliminatórias) e deu sete assistências. Foi naturalmente perdendo espaço neste ciclo com a concorrência de Ricarlison, Matheus Cunha e depois Pedro. Em 2020, Jesus ganhou novas doses de confiança ao iniciar bem a sua trajetória no Arsenal depois de cinco anos como coadjuvante de luxo no multicampeão Manchester City. Mas, na seleção, agora com a camisa 18, segue sem engrenar.

O jogador de 25 anos não pode reclamar de falta de oportunidades. Contra a Sérvia e Suíça teve poucos minutos (entrou aos 72 minutos no primeiro e aos 80 no segundo), mas nesta sexta começou jogando e recebeu efusivos aplausos ao ter seu nome anunciado no telão. No entanto, pouco fez em 64 minutos até ser substituído. Finalizou apenas uma vez, tentou um drible, sem sucesso, e apareceu mais nos momentos em que ajudou o time com desarmes. A cada bola que não chegava, dava socos no ar, ciente de que esta era sua chance de ouro de voltar a ser protagonista.

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Diante da falta de efetividade na frente, sua virtude de se doar no momento defensivo acaba se tornando munição para seus críticos, que acusam de atuar como volante ou lateral – uma chacota geralmente direcionada também ao técnico Tite. Uma bobagem, visto que no futebol moderno todos precisam atacar e defender. O problema é que Jesus não tem atacado bem pela seleção.

Para piorar a sua situação, todos os atacantes de lado (e eventuais concorrentes a uma boquinha na equipe que disputará a fase final), como Gabriel Martinelli, Antony e Rodrygo, tiveram atuação mais destacada, com diversas faltas sofridas e chances criadas. Jesus deu lugar a Pedro, a quem a torcida depositava grande esperança.

O flamenguista se desmarcou melhor e teve uma boa chance, em chute de esquerda por cima. Tentou uma tabela de calcanhar com o companheiro rubro-negro Everton Ribeiro e pouco mais que isso. Tampouco aproveitou a chance de colocar mais pressão sobre o titular Richarlison, que com os dois gols na estreia, com direito a um voleio histórico, deve seguir com titular absoluto. O jogo desta sexta deixou impressão ruim sobre os reservas. E evidenciou que Neymar, que pode voltar para as oitavas de final diante da Coreia do Sul, segue fazendo muita falta.

Ataque decepciona e Gabriel Jesus mantém jejum — melhor para Richarlison
Martinelli foi o melhor do ataque, mas também pecou na pontaria (Daniel Ramalho/VEJA.com)
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