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Bia Haddad resgata história de Maria Esther Bueno em Roland Garros

Maior tenista brasileira teve 33 vitórias e apenas 10 derrotas no torneio francês, no qual foi à final uma vez, em 1964

Por Luiz Paulo Souza Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 7 jun 2023, 16h12 - Publicado em 7 jun 2023, 12h00

Bia Haddad está fazendo história nas quadras de tênis. Ao derrotar a espanhola Sara Sorribes, na quarta rodada do torneio de Roland Garros, ela se igualou a Maria Esther Bueno, única brasileira até agora a chegar a essa etapa de um torneio do Grand Slam. Nesta quarta-feira, 7, ela venceu Ons Jabeur, número 7 do mundo, e conquistou uma vaga nas semifinais, provando, mais uma vez, que está seguindo a notável trajetória da maior tenista da história do país.  

Nascida em 1939, em São Paulo, Maria Esther Bueno pegou em uma raquete pela primeira vez aos 3anos e, aos 14, já era campeã brasileira. Ela venceu seu primeiro campeonato de um torneio de Wimbledon em 1958. Depois daí, as conquistas só se multiplicaram – foram 571 vitórias ao longo da carreira, 16 dos títulos em torneios do Grand Slam

Os únicos dois afastamentos de Maria Bueno, o primeiro em 61 e o outro em 69, não a impediram de honrar quatro vezes o título de melhor tenista do mundo. Essa trajetória a alçou ao International Tennis Hall of Fame, a única brasileira – por enquanto – a conquistar esse lugar. 

Em Roland Garros os números são surpreendentes, foram 33 vitórias contra apenas 10 derrotas. Nas duplas, venceu o torneio com a americana Darlene Hard e com o australiano Bob Howe. Bueno, contudo, nunca ganhou na modalidade solo. Em 1964 chegou à final da competição, mas foi vencida pela australiana Margaret Court. Desde lá, Bia Haddad é quem chegou mais próximo de conquistar esse feito, o que poderá acontecer se chegar às finais. O duelo contra a atual número 1 do mundo, a polonesa Iga Swiatek, acontece nesta quinta-feira, 8 — curiosamente, dia em que a morte de Maria Bueno completará cinco anos. 

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A lenda do tênis brasileiro morreu em 2018, em decorrência de um câncer na boca. Sua última temporada foi em 1977, quando, perto de chegar aos 40 anos, decidiu se aposentar das quadras.

No país do futebol, Maria Esther Bueno, uma mulher, ousou ocupar o espaço de ícone nacional e colocou um esporte considerado de elite na boca das pessoas. Décadas depois, o Brasil vê essa história se repetir — aos 27 anos, Bia Haddad promete encher de orgulho os corações brasileiros e carregar o virtuoso legado de uma das maiores tenistas do mundo.

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