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China já trabalha nos bastidores para sediar Copa com 48 times

Empresários chineses se movimentam para tentar convencer Infantino a quebrar o "rodízio de continentes" e realizar duas Copas consecutivas na Ásia

Por da redação
Atualizado em 4 jun 2024, 20h47 - Publicado em 11 jan 2017, 17h56
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  • A controversa expansão da Copa do Mundo para 48 seleções abriu o caminho para que a China se transforme na sede do evento em 2026 ou em 2030. Nos bastidores da Fifa, são as empresas chinesas que já formam filas para patrocinar a entidade e demonstrar que, se os cartolas optarem por Pequim, não faltará dinheiro para organizar o megaevento.

    Há uma regra, no entanto, que atrapalha a candidatura chinesa. Oficialmente, a Fifa mantém em vigor uma norma de rotação entre os continentes sedes do Mundial. Como a Copa de 2022 será no Catar, teoricamente, a Copa de 2026, a primeira com 48 seleções, terá que ser fora da Ásia.

    No entanto, como a escolha da sede de 2016 só será feita em 2020, os corredores da Fifa prometem ser tomados por lobistas nos próximos meses. A China foi o único país que, na nova administração de Gianni Infantino, chegou com um cheque para apoiar o novo presidente. Os valores oferecidos pelo grupo empresarial chinês Wanda deixaram até mesmo os cartolas mais acostumados com este tipo de negociação surpresos.

    A Fifa tenta superar sua pior crise de reputação, depois de 17 anos de gestão de Joseph Blatter, afastado por corrupção. Parceiros importantes da entidade, como Castrol, Johnson & Johnson e Continental, romperam seus acordos comerciais nos últimos meses. O resultado disso foi um déficit inédito em mais uma década para a entidade, hoje dirigida por Gianni Infantino.

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    Outra empresa chinesa, a Alibaba, também desembarcou para ajudar a “nova Fifa” e aceitou patrocinar o Mundial de Clubes, no Japão. A gigante das vendas online, com uma base de dados de 500 milhões de usuários, identificou uma procura cada vez maior por material esportivo. Para a empresa de e-commerce, a tendência registrada mostra claramente que, em termos de negócios, o futebol um ótimo investimento.

    A China tenta convencer a Fifa de que uma parceria seria incrivelmente lucrativa para ambas as partes. Mas, para isso, exige sediar a Copa do Mundo. Fontes em Zurique confirmaram que Wang Jianlin, dono da Wanda e o homem mais rico da China, está “determinado” a levar a Copa ao país e atender a um pedido confidencial do presidente chinês, Xi Jinping, fanático pelo esporte e grande patrocinador do recente ‘boom’ no futebol local.

    De fato, por suas dimensões e poder financeiro, o país de 1,3 bilhão de habitantes seria um dos poucos países no mundo que teriam a capacidade de sediar 80 jogos em apenas um mês, em doze estádios novos e mais de 60 campos de treinamento.

    Cresce, porém, a possibilidade de as próximas Copas terem duas ou mais sedes conjuntas, meta que Infantino nunca escondeu. Cartolas dos Estados Unidos, México e Canadá já se apressam para fechar uma candidatura única para 2026 e mostrar que querem levar o evento ao continente americano, como estabelecem as regras.

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    A Concacaf defende até mesmo que a data de escolha seja antecipada e que não se aguarde três anos mais para definir onde ocorrerá a Copa de 2026. Em Washington, todos sabem que, quanto mais tempo passar, maior será a influência chinesa dentro da Fifa.

    Caso perca a Copa de 2026, a China terá um novo obstáculo. Existe uma promessa do presidente Infantino para que a Copa de 2030 acontença no Uruguai, em homenagem ao centenário da competição, inaugurada em 1930 em Montevidéu. Neste caso, haveria uma candidatura junto com a Argentina e, possivelmente, o Chile.

    Enquanto os cartolas chineses trabalham para sediar o Mundial, uma partida nesta semana, em um torneio bancado pela Wanda, comprovou que o futebol local ainda tem muito a se desenvolver. Apesar de ter uma população 4.000 vezes maior que a da Islândia, os chineses foram derrotados por 2 a 0 pelo país nórdico.

    (com Estadão Conteúdo)

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