A concessionária que administra o Complexo Maracanã emitiu nota nesta terça-feira para informar que recorrerá da liminar obtida pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro na última semana, que a obriga a reassumir a concessão do estádio mais importante do país. A concessionária, liderada pela Odebrecht, se recusa a reassumir a administração do complexo esportivo alegando que o Comitê Rio-2016, que gerenciou o estádio durante a Olimpíada do ano passado, não concluiu obras necessárias para a devolução do estádio depois do evento.
Abandonado, sem energia e com seu gramado em estado deplorável, o Maracanã virou protagonista de um jogo de empurra-empurra entre o Rio-2016 e a Concessionária. A empresa que ganhou a concessão do Estado para gerir o Complexo Maracanã alega que só não reassumiu o local por causa das cláusulas do Termo de Autorização de Uso (TAU).
“De acordo com o contrato firmado entre a Casa Civil e o Comitê, o Maracanã e o Maracanãzinho só deveriam sair da administração da Rio-2016 depois de feitos todos os reparos. O próprio Comitê Rio-2016 admite que deixou várias pendências nas instalações”, argumenta a concessionária.
Em nota, a Maracanã S/A cita as pendências que precisam ser resolvidas pelo Comitê, o que incluiu laudos que atestem que o sistema de drenagem e a cobertura não foram danificados pelas intervenções feitas para as cerimônia. Além disso, o Rio-2016 deveria repor cadeiras nas arquibancadas, realocar catracas eletrônicas, consertar fechaduras e retirar placas de publicidade espalhadas “por todo o estádio”.
Na última sexta-feira, a Procuradoria Geral do Estado (PGE) solicitou que a concessionária retomasse imediatamente o controle do Maracanã, alegando que a a não conclusão dessas obras não impede que a Maracanã S/A reassuma a administração do local. Por descumprir a ordem, a concessionária estava sujeita a uma diária de 200.000 reais.
Abandono – O estádio Jornalista Mário Filho, construído para a Copa do Mundo de 1950, recebeu um investimento de 1,3 bilhão de reais do governo do Estado do Rio de Janeiro para ser modernizado para os megaeventos dos últimos anos. O impasse vem deixando o estádio sem utilidade.
O último evento foi o amistoso beneficente organizado por Zico, ídolo do futebol brasileiro que tantas vezes brilhou no gramado, em 28 de dezembro. A Ferj agora busca dialogar com os clubes e encontrar soluções para que o estádio volte a receber partidas dos clubes cariocas.
No ano passado, apenas os dois jogos da decisão do Campeonato Carioca foram disputados no estádio, que passava por obras para utilização no Rio-2016. Após a Olimpíada e a Paralimpíada, o Maracanã recebeu sete partidas oficiais, todas na reta final da temporada 2016, sendo quatro do Flamengo, duas do Fluminense e uma do Vasco.
(com Estadão Conteúdo)