Confederação adia plano de assumir Centro Olímpico de tênis
Confederação Brasileira de Tênis negociava com o Ministério do Esporte para fazer a gestão da arena, que faz parte do Parque Olímpico da Barra
Sem sucesso nas negociações com o Ministério do Esporte, a CBT (Confederação Brasileira de Tênis) adiou os planos de assumir a gestão do Centro Olímpico de Tênis, localizado no Parque Olímpico da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. A CBT alega falta de recursos para administrar o local.
A entidade reforça o interesse em assumir o Centro, mas reconhece “falta de resguardo financeiro” para uma gestão “mais duradoura”. O objetivo da CBT era receber verba de apoio do Ministério do Esporte para atuar diretamente no Centro Olímpico, que foi construído para a Olimpíada Rio-2016, até com a meta futura de estabelecer no local um centro de treinamento nacional.
As negociações, contudo, não andaram ao longo do ano. As conversas se intensificaram em fevereiro, quando Rafael Westrupp assumiu a presidência da CBT, ganhando volume em maio, em reunião com o próprio ministro Leonardo Picciani, em Florianópolis, na própria sede da entidade.
Na época, o ministro elogiou o projeto de gestão apresentado, assim como as metas de criação do centro de treinamento. “É um exemplo não só para o tênis como para as outras modalidades, pois a CBT consegue atender todas as pontas do esporte, desde o alto rendimento até os projetos sociais e de cadeirantes”, afirmara Picciani.
Sem sucesso nas tratativas, a CBT adiou os planos de assumir a gestão do local. Westrupp alega que a entidade não conta com recursos suficientes para aceitar tal missão. Segundo ele, os custos de manutenção do Centro Olímpico são estimados em R$ 4 milhões por ano. Mas, desde o fim do ano passado, a entidade vem cortando gastos por causa da redução de 78% do patrocínio dos Correios. Pelo novo contrato com a estatal, a CBT passou a receber R$ 2 milhões por ano, bem abaixo dos R$ 9 milhões do vínculo anterior.
Projeto social do Rio Open
Sem a gestão da CBT, o Centro Olímpico passou a contar neste mês com um projeto social liderado pela organização do Rio Open, maior torneio de tênis da América do Sul. O projeto, batizado de Núcleo Esportivo Rio Open, levará crianças para usar e praticar o esporte nas quadras do Centro, que é um dos legados da Olimpíada de 2016.
Na primeira fase, cerca de 50 crianças, entre 6 e 11 anos, serão beneficiados pelo projeto. Este primeiro grupo de alunos virão da escola pública Roberto Burle Marx, da zona oeste do Rio. As aulas acontecerão às terças e quintas-feiras no início do ano letivo, em fevereiro.
O projeto conta com o apoio da AGLO (Autoridade de Governança do Legado Olímpico), autarquia ligada ao Ministério do Esporte, que assumiu a responsabilidade pelos equipamentos olímpicos. A AGLO sucedeu a Autoridade Pública Olímpica (APO) em março deste ano.