Nas últimas décadas, com o crescimento de movimentos ativistas, emergiu também um pedido quase unânime para que vítimas de assédios sejam ouvidas: denuncie. O desfecho de não calar, no entanto, nem sempre produz resultados positivos para o denunciante. O caso mais recente aconteceu na Red Bull: o funcionário que acusou Christian Horner, chefe de equipe da escuderia, foi suspenso nesta quinta-feira, 7.
A identidade da vítima não foi revelada, mas a acusação foi por má conduta. Embora os detalhes não tenham sido revelados, as especulações sugerem que se tratam de comportamentos abusivos com os funcionários da sua equipe. A Red Bull GbmH, dona da marca, contratou um investigador independente para avaliar o caso, que rejeitou a versão da vítima.
A investigação durou cerca de duas semanas e contou com uma sabatina de oito horas com o chefe de equipe. No dia 27 de fevereiro, a empresa anunciou que a denúncia seria rejeitada e que Horner manteria sua posição na Red Bull. No dia seguinte ao anúncio, um email com supostas provas contra o chefe foi enviado anonimamente para a imprensa e para envolvidos com a Red Bull, como a Fórmula 1.
A suposta suspensão do funcionário não foi divulgada pela empresa, mas a informação teria sido passada sigilosamente à agência de notícias The Associated Press.
O que diz o acusado?
Em uma coletiva, após o Grande Prêmio da Arábia Saudita, o chefe de equipe optou por não comentar o episódio. “Receio não poder comentar nada que seja confidencial entre um funcionário e a empresa, por isso não posso dizer nada sobre isso”, afirmou.
Qualquer decisão da empresa geraria polêmica — a saída de Christian Horner, às vésperas de anúncios importantes para a Fórmula 1, traria instabilidade para a equipe; manter o chefe, no entanto, geraria críticas externas e o temor de saída de membros importantes da equipe, como Max Verstappen. A decisão da empresa foi categórica, com um agravante: na contramão do resto do mundo, independentemente de uma avaliação legal, optou por punir a suposta vítima.