A decisão do All England Lawn Tennis Club, organizador de Wimbledon, de banir tenistas da Rússia e de Belarus da edição de 2022 do Gram Slam britânico como punição à invasão russa na Ucrânia vem causando controvérsia entre os atletas. Neste domingo, 1º de maio, a estrela local, Andy Murray, campeão em 2013 e 2016, se uniu ao espanhol Rafael Nadal e ao sérvio Novak Djokovic que já haviam tratado a sanção como injusta.
Com a controversa decisão, apoiada pelo governo britânico, dois dos top 10 do mundo entre os homens (Daniil Medvedev e Andrey Rublev) e três entre as top 20 feminino (Aryna Sabalenla, Victoria Azarenka e Anastasia Pavlyuchenkova) estão impedidos de jogar em Wimbledon, que será disputado entre 27 de junho e 10 de julho.
“Não sou a favor de jogadores serem banidos”, disse Murray, na véspera de sua estreia no Aberto de Madri diante do austríaco Dominic Thiem. O ex-número 1 do mundo, porém, não quis tomar partido em relação a guerra. “Acho que não há uma resposta certa. Falei com alguns jogadores russos e ucranianos, me sinto muito mal por eles. Sinto pelos jogadores que não podem jogar e não apoio um lado ou outro. Vai parecer injusto para eles, mas também conheço algumas das pessoas que trabalham em Wimbledon e sei o quão difícil era a posição em que estavam.”
Número 1 do mundo, Novak Djokovic já havia tratado a proibição como “loucura”. Rafael Nadal foi pelo mesmo caminho. “Acho muito injusto com meus companheiros de tênis russos, meus colegas. Não é culpa deles o que está acontecendo neste momento com a guerra.”
Dentre os diretamente envolvidos, o russo Andrey Rublev disse que a proibição era “completa discriminação” e “ilógica”, enquanto ucraniana Elina Svitolina apoiou a decisão de Wimbledon, mas disse que russos e biolorussos que se manifestassem contra a guerra deveriam ser liberados.
A decisão de Wimbledon ainda deve ser motivo de debates. As associações internacionais (ATP, entre homens, e WTA no feminino) são contrários a decisão e, caso não consigam anular a sanção, podem remover os pontos de Wimbledon da contagem de seus rankings. O próximo Gran Slam da temporada é Roland Garros, em Paris, entre 30 de maio e 13 de junho. Por ora, não houve qualquer punição a atletas russos e bielorrussos por parte da organização francesa.