A prova masculina de trialo nos Jogos Olímpicos de Paris, que seria disputada nesta terça-feira, 30, foi adiada em um dia por conta da qualidade da água do rio Sena, onde ocorreria a parte de natação. A decisão foi tomada após novas análises detectarem índices de poluição acima do estabelecido pela World Triathlon, órgão que rege o esporte.
Apesar da nova data, novo testes ainda serão feitos na terça-feira. Em caso de um novo adiamento, a prova seria apenas no dia 2 de agosto.
A preocupação, claro, é grande. Nas últimas semanas, até a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, se jogou na água para mostrar que estaria tudo sob controle. Apesar de todas as tentativas do governo de Paris e do comitê organizador para viabilizar as provas, a decisão se mostra, cada vez mais, uma pedra no sábado.
No domingo, o treino de natação dos atletas de triatlo chegou a ser cancelado por faltas de “garantias suficientes para permitir a realização do evento”.
Dados fornecidos pela Fluidion, uma empresa de tecnologia que está testando a qualidade do Sena diariamente, mostraram um grande aumento de E. coli, indicador de material fecal, no sábado em comparação aos dois dias anteriores, sobretudo por conta da chuva que caiu em Paris e levou sujeira da rua para dentro do rio.
As autoridades francesas já gastaram 1,4 milhão de euros (cerca de R$ 8,4 bilhões, na cotação atual) ao longo da última década para limpar o Sena. Além de melhoras no sistema de esgoto de Paris, foram construídas novas instalações de tratamento e armazenamento de água.
Contudo, com o aumento das chuvas, as redes de águas residuais costumam ficar sobrecarregadas. Alguma instalações de esgoto são antigas – datam do século XIX –, e por isso despejam os dejetos no rio.