O técnico argentino Lionel Scaloni voltou a tentar publicamente uma aproximação entre brasileiros e argentinos. Em entrevista após a classificação da seleção alviceleste à final da Copa do Mundo do Catar, o treinador, que chegou a declarar torcida ao Brasil em caso de eliminação de sua seleção no Mundial, exaltou o futebol do país e pediu por apoio na decisão. A Argentina enfrentará o vencedor de França e Marrocos, que se enfrentam nesta quarta-feira, 14, às 16h (de Brasília).
“Eu sou fanático pelo Brasil. Tenho um monte de amigos: Mauro Silva, Djalminha, Flávio Conceição, Donato… Joguei com muitos brasileiros e adoro todos. São pessoas que, quando você realmente as conhece, percebe a qualidade humana que têm”, disse o treinador, em entrevista à Rádio Gaúcha.
“Eu creio que o futebol sul-americano precisa se sentir importante. Porque, no fim das contas, países como Argentina, Brasil e Uruguai, que sempre estão aí, precisavam de um empurrão anímico, saber que podem competir com os demais. Queremos que a torcida brasileira esteja conosco, porque seria importante para a América do Sul”, completou.
Se vencer, essa será a primeira conquista de um país sul-americano após 20 anos de espera – ou depois de cinco edições consecutivas. Desde 2002, quando o Brasil faturou o pentacampeonato na Coreia do Sul e no Japão, os vencedores foram sempre europeus: a Itália, em 2006, a Espanha, em 2010, a Alemanha, em 2014, e França, em 2018.
Ainda na fase de grupos, Scaloni deu uma declaração surpreendente ao dizer por quem torceria caso a sua seleção não ganhasse o Mundial. “Sou sul-americano e estou feliz que o Brasil passe. Sou fã número 1 do futebol sul-americano, tenho amigos brasileiros, e se não for a Argentina, prefiro que ganhe um sul-americano. Quem pensa o contrário está equivocado. Eles fizeram um bom trabalho e dou os parabéns.”
A frase dividiu opiniões. Direto de Doha, VEJA colheu opiniões de sul-americanos sobre o tema. E você, torceria pelos “hermanos”?
Enquanto jogador, Scaloni atuou entre 1997 a 2005 com os brasileiros no Deportivo La Coruña. Aos 44 anos, o treinador encerrou a carreira como atleta em 2015, pela Atalanta, e, atualmente, é apontado como uma das figuras centrais pelo bom momento argentino.
Desde que assumiu o cargo, em 2018, conquistou o título da Copa América de 2021 e tem 37 vitórias, 14 empates e apenas cinco derrotas.