Fortaleça o jornalismo: Assine a partir de R$5,99
Continua após publicidade

Empresa de tecnologia produz carne a partir de células vivas de animais

Há uma nova tendência no mercado — os alimentos feitos sem a necessidade de extensas áreas de gado de corte; o meio ambiente agradece

Por Mariana Rosário Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 14h41 - Publicado em 28 fev 2020, 06h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Para quem não aderiu ao vegetarianismo e sua vertente mais radical, o veganismo, a carne é o melhor dos alimentos — fonte incomparável de nutrientes, carrega muito mais proteínas por quilo do que as plantas. Em tempos de cuidados com o ambiente, no entanto, alguns números assustam. Cerca de 70% da soja produzida no Brasil vai exclusivamente para a alimentação dos animais que serão abatidos. Além disso, o gado de corte consome 8% de todo o suprimento mundial de água e produz 15% das emissões de gases do efeito estufa. Esse cenário foi o atalho para uma indagação: é possível ter uma carne menos prejudicial ao planeta, mais limpa, mais sustentável? Sim, foi o que descobriu uma empresa de tecnologia da Califórnia, a Memphis Meats, que recebeu recentemente investimentos de 160 milhões de dólares, com dinheiro de nomes como Bill Gates e Richard Branson, para aprimorar uma ideia inovadora — o cultivo, em laboratório, de proteínas animais a partir de células vivas.

    A lógica é simples, embora soe inacreditável: retira-se do corpo do animal vivo um pequeno extrato, do tamanho de uma semente de gergelim. Essas minúsculas porções são levadas a tanques — chamados de “cultivadores” — semelhantes a estufas. Ali crescem, ganham tamanho, gordura e músculos. O processo é análogo ao modo como as cervejarias cultivam células de levedura que culminam na bebida.

    A Memphis Meats e mais de uma dezena de empresas similares já colocaram para teste suas criações, como os espetinhos de pato, as tiras de frango, os nuggets e as almôndegas. É uma iniciativa ainda em sua gênese, de expansão lenta, mas com vasto espaço de crescimento. “As grandes indústrias de alimentos de todo o mundo estão atentas a esse movimento e começam a vê-­lo como oportunidade e necessidade”, diz Gustavo Guadagnini, diretor do The Good Food Institute Brasil, organização de apoio ao desenvolvimento de proteínas alternativas.

    Continua após a publicidade

    A carne de laboratório que parece carne (e é) pode ser uma alternativa interessante para as pessoas que, preocupadas com o aquecimento global, trilham outros caminhos quando vão ao supermercado mas gostam, mesmo, é de carne. Do ponto de vista do sabor, não há dúvida: ela não tem o paladar dos já famosos hambúrgueres plant-­based, mais insossos, criados para imitar a textura e o gosto das carnes tradicionais — inclusive o sangue —, sem levar nadinha que tenha vindo da fauna. É uma ideia que tende a ganhar muito espaço — desde que se resolva a questão financeira. O truque ainda custa caro. A produção de um nugget ou de uma tira de carne, por exemplo, custa 50 dólares — 223 reais, aproximadamente.

    Publicado em VEJA de 4 de março de 2020, edição nº 2676

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.