As ruas de Londres foram tomadas neste sábado por estimadas 700 000 pessoas que pediram a realização de um novo referendo para decidir sobre a saída do Reino Unido da União Europeia, o Brexit. Trata-se da maior manifestação popular no país desde o protesto contra a participação britânica na Guerra do Iraque, em 2003.
O ato pacífico aconteceu depois de novo fracasso, desta vez em uma semana-chave, nas negociações entre a primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, e representantes da União Europeia, em busca de um acordo amigável para a saída do bloco. Membros do Partido Conservador, do qual May faz parte, ameaçaram derrubar eventual entendimento alcançado por causa de novas concessões feitas pela primeira-ministra.
A semana que passou havia sido originalmente estipulada como prazo para que esse acordo com os termos da saída do Reino Unido do bloco fosse alcançado. Isso para que os membros do Parlamento britânico possam avaliar e votar pelos termos propostos. O mesmo deve ocorrer pelo parlamento europeu.
Com o novo impasse, fica cada vez mais curto o período para que uma saída planejada possa ser ratificada e colocada em prática pelos dois lados. Oficialmente, a saída se dará no dia 29 de março de 2019.
Os manifestantes se reuniram inicialmente no Hyde Park e depois caminharam pelas ruas da capital até a frente do Parlamento. No caminho, passaram por Downing Street, rua onde fica a residência oficial de quem ocupa o cargo de primeiro-ministro. O Brexit foi aprovado em votação apertada em junho de 2016, com 52% dos eleitores que compareceram às urnas a favor.