O Paraguai se mobiliza na busca pelo ex-vice-presidente Oscar Denis, que desapareceu na quarta-feira 9 no departamento de Concepción, 500 km ao nordeste da capital Assunção. A principal suspeita é que o político tenha sido sequestrado pela guerrilha autodenominada Exército do Povo Paraguaio (EPP).
O ex-vice-presidente de 74 anos dirigia sua camionete dentro de sua fazenda de gado quando desapareceu. Dentro do veículo foram encontrados panfletos do EPP.
Denis foi vice-presidente do Paraguai entre junho de 2012 e agosto de 2013, durante a presidência de Federico Franco. Ele estava na companhia de um secretário que também está desaparecido, revelou o ministro do Interior, Euclides Acevedo.
O sequestro aconteceu exatamente uma semana após a morte das mãos do exército paraguaio de duas meninas de 11 anos, supostamente filhas dos principais líderes do grupo EPP, durante um confronto com o grupo. A fazenda do ex-vice-presidente fica a cerca de 20km do local onde aconteceu o enfrentamento.
O EPP opera em Concepción desde 2008 e é responsável por uma dezena de sequestros e cerca de 50 assassinatos na região, uma das mais pobres do país. É uma divisão do partido político de esquerda Pátria Livre, que participou das eleições há 20 anos.
Ajuda internacional
O presidente Mario Abdo Benítez pediu ajuda ao Brasil, à Colômbia e aos Estados Unidos para encontrar Denis. O avião presidencial “voou para Bogotá para trazer especialistas da polícia colombiana”, informou o secretário de Estado.
“Não sabemos se virão equipes e pessoal. Isso ainda não foi definido”, explicou o porta-voz da Força-Tarefa Conjunta (FTC), tenente-coronel Luis Apestaguía.
Acevedo revelou que o presidente Mario Abdo conversou com o presidente Jair Bolsonaro, que também prometeu enviar especialistas no assunto ao Paraguai. O chefe da diplomacia para a América Latina dos Estados Unidos, MIchael Kozak, afirmou em um tuíte de Washington que o governo americano “monitora o desaparecimento do ex-vice-presidente”.
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Clique e AssineBeatriz Denis, esposa do sequestrado, declarou não ter recebido ainda nenhum pedido de resgate e alertou que o marido sofre de diabetes e hipertensão, o que requer o uso de diversos medicamentos diariamente.
O grupo armado que opera no norte do Paraguai há 12 anos ainda não assumiu a autoria do sequestro, que aconteceu perto da fronteira seca com o Brasil.
(Com AFP)