A ativista Greta Thunberg, de 20 anos, disse nesta sexta-feira, 15, que o acordo climático alcançado na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2023 (COP 28), em Dubai, nos Emirados Árabes, é uma “facada nas costas” das nações que mais sofrem com o aquecimento global. Segundo ela, o pacto não será capaz de evitar o aumento das temperaturas acima dos níveis críticos.
“O texto é ineficaz e não chega nem perto de ser suficiente para nos manter dentro do limite de aquecimento de 1,5 grau (acima dos níveis pré-industriais). É uma facada nas costas para os mais vulneráveis”, disse Greta à agência de notícias Reuters, do lado de fora do parlamento sueco, onde ela e uma turma de manifestantes pediam por justiça climática.
“Enquanto não tratarmos a crise climática como uma crise e enquanto mantivermos os interesses do lobby a influenciar estes textos e estes processos, não chegaremos a lado nenhum”, acrescentou.
Ela ainda alertou que o pacto não visava à resolução da crise climática, mas que servia como um “álibi” para os líderes mundiais ignorarem o aquecimento do globo.
Combustíveis fósseis
O documento firmado em Dubai contou com o aval de quase 200 países, que concordaram em diminuir o consumo global de combustíveis fósseis e em adotar uma série de medidas, como a produção de energia limpa, na tentativa de conter os efeitos das mudanças climáticas.
Do outro lado, a Aliança dos Pequenos Estados Insulares, que inclui os países mais afetados pelas mudanças climáticas, como Fiji, Tuvalu e Kiribati, definiu o acordo como “incremental e não transformacional”, e afirmou que ele estava cheio de brechas.
Os críticos ao tratado seguem a mesma linha de Greta e dizem que as medidas serão insuficientes para que a elevação de mais de 1,5 ºC acima da média pré-industrial não aconteça. Para os cientistas, isso pode apresentar resultados catastróficos, desde o derretimento das camadas de gelo até o colapso das correntes oceânicas.