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Acusado de espionar campanha de Trump, FBI questiona memorando

O presidente norte-americano tem até sábado para vetar a publicação do relatório

Por AFP
Atualizado em 4 jun 2024, 17h13 - Publicado em 1 fev 2018, 10h30
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  • O FBI, a Polícia Federal dos Estados Unidos, questionou nesta quarta-feira um memorando confidencial no qual a agência é acusada de espionar a campanha eleitoral do presidente Donald Trump.

    O texto em questão foi redigido por Devin Nunes, presidente da Comissão de Inteligência da Câmara de Representantes e próximo do mandatário norte-americano. Ele relata, segundo meios de comunicação locais, como foi espionado Carter Page, um assessor da campanha eleitoral de Trump com muitos contatos em Moscou.

    Segundo os republicanos, o relatório mostra como o Departamento de Justiça (DoJ) teria buscado prejudicar Trump desde o governo de Barack Obama. Na segunda-feira, eles, que controlam o Executivo e o Congresso, votaram pela publicação do relatório.

    Mas o DoJ e seu Escritório Federal de Investigação (FBI, em inglês) se opõem firmemente à publicação do texto por considerar que ele inclui informação altamente sensível sobre operações de contrainteligência dos Estados Unidos. O FBI publicou um comunicado nesta quarta-feira que coloca em dúvida a “exatidão” da informação apresentada no documento de quatro páginas.

    “Como expressamos durante nossa revisão inicial, temos sérias preocupações sobre omissões de fatos materiais que afetam fundamentalmente a exatidão da nota”, afirmou o FBI, que lamentou não ter tido a oportunidade de revisar o relatório de modo profundo antes da votação sobre a sua publicação.

    A oposição democrata afirmou que o memorando é baseado em informações seletivas, que não refletem a totalidade do relatório confidencial. Adam Schiff, o democrata de mais prestígio na Comissão de Inteligência, disse na quarta-feira à noite, em uma carta aberta a Nunes, que foram realizadas mudanças “substanciais” no memorando, sem o conhecimento nem a aprovação dos membros da comissão, antes do envio à Casa Branca. Schiff pediu a retirada do atual documento e uma nova votação na próxima semana.

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    O relatório mantém Washington em alerta em um momento em que o procurador especial Robert Mueller, que investiga a possível interferência da Rússia nas eleições de 2016 para favorecer a Trump, busca interrogar o presidente.

    A Presidência

    Trump tem até sábado para frear a divulgação, caso considere que o texto compromete a segurança nacional. Mas, ao sair do Capitólio depois de seu discurso sobre o estado da União na terça-feira, o republicano disse que apoia a publicação do polêmico documento.

    “Senhor presidente, divulguemos o memorando”, disse o congressista republicano da Carolina do Sul Jeff Duncan, ao que Trump respondeu: “Não se preocupe, 100%”.

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    O chefe de gabinete de Trump, John Kelly, disse na quarta-feira que os conselheiros de Segurança Nacional da Casa Branca estavam examinando o documento. “Estão dividindo-o em pedacinhos, analisando para que saibamos o que significa e o que supõe”, declarou à rádio Fox. “Será divulgado bastante rápido, creio, e todo mundo poderá vê-lo.”

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