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Acusado de matar brasileira na Nicarágua diz que se sentiu ‘ameaçado’

Versão é da Promotoria; acusação pediu que ex-militar Pierson Gutierrez Solis seja condenado a 15 anos de prisão por homicídio

Por Da Redação
Atualizado em 3 ago 2018, 23h21 - Publicado em 3 ago 2018, 21h33

O principal suspeito do assassinato da estudante pernambucana de medicina Raynéia Gabrielle Lima, morta na Nicarágua no último dia 23, afirmou que atirou contra a brasileira porque acreditou que “corria perigo”, segundo versão apresentada pela Promotoria local.

De acordo com o jornal local La Prensa, em seu depoimento oficial, concedido a portas fechadas, o ex-militar Pierson Gutierrez Solis admitiu ter matado Raynéia. Ele, porém, afirmou que considerou o comportamento da brasileira suspeito e se sentiu ameaçado.

O La Prensa teve acesso aos documentos da audiência secreta realizada no feriado de 1º de agosto. A versão dada por Solis, porém, é considerada inverossímil e fantasiosa pelo jornal.

O veículo nicaraguense diz ainda que a Promotoria corroborou o depoimento e “forneceu uma incrível acusação em que culpa a jovem de ter provocado sua própria morte por dirigir de forma ‘descontrolada e em atitude suspeita'”.

Raynéia era estudante do sexto ano do curso de Medicina da Universidade Americana (UAM), em Manágua. De acordo com sua mãe, Maria José da Costa, a estudante saiu do hospital onde fazia residência na noite de segunda-feira (23) e foi até a casa de uma amiga. Dirigindo de volta para sua residência, foi atingida por um tiro de grosso calibre e bateu o carro em seguida.

Segundo a Promotoria, Gutierrez Solis resolveu visitar dois guardas particulares conhecidos de plantão numa guarita a 25 metros da entrada de San Ángel, uma área residencial na capital Manágua onde, às 22h50, entrou Raynéia.

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Os três sentiram que suas vidas “corriam perigo” quando viram a jovem dirigir em alta velocidade pela região. De acordo com o relato, a estudante conduzia seu carro como se estivesse perdida. Ela usou o freio e, depois, partiu bruscamente.

Um dos guardas disparou para o ar, em advertência, mas segundo Solis o carro não parou. O ex-militar então buscou um fuzil Colt, calibre 5.56, colocou-se atrás de um poste e disparou ao ter o veículo à sua frente.

Ferida, Raynéia prosseguiu por mais 104 metros, abriu a porta e sentou-se no chão. Logo, apareceu o seu noivo, Harnet Nathan Lara Moraga, que a levou para o Hospital Militar, onde ela morreu durante a cirurgia.

De acordo com o La Prensa, Pierson Gutierrez Solis trabalha para a empresa estatal Petróleos de Nicaragua (Petronic).

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Pena de prisão

A Promotoria pediu que Gutierrez Solis seja condenado a 15 anos de prisão por homicídio e mais um ano por porte ilegal de arma. Na Nicarágua, a condenação por homicídio é considerada menos grave do que a por assassinato.

Se fosse acusado de assassinato, a pena do ex-militar subiria para 20 a 30 anos. Sua defesa pede que ele seja condenado a apenas 11 anos.

Ainda não foi marcado o dia em que será lida a sentença.

Enterro

O corpo de Raynéia foi enterrado nesta sexta-feira (3), por volta das 11h, no Cemitério Morada da Paz, em Paulista, região metropolitana do Recife (PE).

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A estudante foi sepultada vestida com o jaleco do Hospital da Polícia Nacional de Manágua, local onde trabalhava, e com um diploma da Universidade Americana em Manágua (UAM).

De acordo com a Rádio Universitária do Recife, cerca de 100 pessoas, entre familiares e amigos, participaram do enterro, que atraiu também pessoas que participavam de outros velórios.

Os pais de Raynéia, Maria José da Costa e Ridevaldo Pereira de Lima, foram amparados por amigos e parentes durante todo o velório. Maria José anunciou que vai escrever uma biografia da filha, como forma de homenagear a jovem.

O corpo de Raynéia chegou à capital pernambucana nesta madrugada, por volta das 0h30, e foi recebido no aeroporto Internacional dos Guararapes por representantes da Secretaria de Justiça de Direitos Humanos (SJDH) de Pernambuco e do Ministério das Relações Exteriores.

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Crise política

O assassinato de Raynéia ocorreu em meio a uma das maiores crises políticas do país. Desde o início dos protestos contra o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, em abril, 448 pessoas foram mortas. A grande maioria delas foi vítima das forças policiais e dos grupos paramilitares, que reforçam a repressão oficial.

A Organização dos Estados Americanos (OEA), em Washington, criou uma comissão especial para oferecer soluções para a crise na Nicarágua. O Brasil, Estados Unidos, Costa Rica e Chile se ofereceram para participar. A Nicarágua e mais três países rejeitaram a oferta.

(Com Agência Brasil e Estadão Conteúdo)

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