A Coreia do Norte não abandonou seu programa nuclear, segundo a Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea). A organização publicou um relatório sobre o tema, no qual adverte que as atividades atômicas do país asiático seguem gerando “grave preocupação”.
“A continuidade e o posterior desenvolvimento do programa nuclear da RPDC (República Popular Democrática da Coreia, nome oficial da Coreia do Norte) e as declarações a respeito da RPDC são motivo de grande preocupação”, garantiu a Aiea em seu documento.
A organização afirma, portanto, que não há indícios de que Pyongyang tenha interrompido suas atividades nucleares desde que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, anunciaram em junho sua disposição para conseguir a desnuclearização da região.
O relatório, publicado na segunda-feira 20 à noite, será apresentado durante a assembleia-geral anual da Aiea em setembro.
A agência da ONU, que não tem presença na Coreia do Norte desde a expulsão de seus inspetores em abril de 2009, revelou especificamente que dispõe de informações sobre atividades relacionadas ao “laboratório radioquímico” norte-coreano “entre o fim de abril e o início de maio de 2018”, ou seja, depois da reunião das duas Coreias em abril.
Em seu documento, a Aiea enumera todas as resoluções emitidas pelo Conselho de Segurança condenado as ações do regime de Kim Jong-un após os sucessivos testes de armas nucelares pela Coreia do Norte.
“Contrariamente aos requerimentos dessas resoluções, a RPDC não abandonou seu programa nuclear existente de forma completa, verificável e irreversível, nem interrompeu todas as atividades relacionadas”, segundo o relatório, redigido pelo diretor-geral da Aiea, Yukiya Amano.
Amano lembrou que, no começo do ano, o regime norte-coreano anunciou que tinha alcançado seu objetivo de “aperfeiçoar as forças nucleares nacionais” após as seis detonações de armas atômicas realizadas entre 2006 e setembro do ano passado.
Depois, Kim Jong-un mostrou seu compromisso de acabar com seu programa atômico, primeiro em um encontro em abril com o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, e depois na histórica reunião com Trump em Singapura.
A Aiea também assegura que continua sem poder realizar inspeções na Coreia do Norte e que, portanto, seu “conhecimento do programa nuclear da RPDC é limitado”.
(Com EFE e AFP)