Agente de moda investigado em caso Epstein é encontrado morto na cadeia
Jean-Luc Bunel estava preso desde dezembro de 2020; seu corpo foi achado enforcado em uma cela de Paris
O ex-chefe de uma agência de modelos Jean-Luc Bunel, de 75 anos, foi encontrado morto neste sábado, 19, na prisão. Ele estava sob investigação após acusações de que teria fornecido meninas menores de idade para exploração sexual do financista americano Jeffrey Epstein. Preso desde dezembro de 2020, Bunel havia sido denunciado, entre outras, pela mais célebre vítima de Epstein, Virginia Roberts Giuffre, que recentemente fechou um acordo sigiloso com o príncipe Andrew, filho da rainha Elizabeth II, da Inglaterra. O agente de moda foi encontrado enfocado dentro de sua cela na prisão La Santé, em Paris, em uma situação de aparente suicídio. A promotoria francesa determinou a abertura de um inquérito para verificar a causa exata da morte.
Ao longo da investigação, Bunel passou a receber acusações de estupro e agressão sexual, inclusive de modelos, o que ele negava. Desde a morte de Epstein, em agosto de 2019 também por enforcamento, havia deixado a vida pública. Nos Estados Unidos, ele foi o fundador da MC2 Model Management com financiamento de Jeffrey Epstein, a quem conheceu por meio da socialite Ghislaine Maxwell, parceira do financista e também condenada por aliciamento de menores para exploração sexual.
Os advogados de Jean-Luc Bunel divulgaram uma nota, publicada pela imprensa internacional, após a confirmação da morte. “Sua angústia era a de um homem de 75 anos preso em um sistema legal da mídia que deveríamos questionar. Jean-Luc Brunel nunca deixou de alegar sua inocência e fez muitos esforços para provar isso. Sua decisão não foi motivada por culpa, mas por um profundo sentimento de injustiça”, disse a equipe de defensores que o assistiria em um iminente julgamento.