Al-Qaeda ameaça França e põe autoridades em alerta
Organização terrorista faz ameaças ao país às vésperas do início do julgamento dos envolvidos nos atentados simultâneos de novembro de 2015
A França voltou a ligar o sinal de alerta para a ameaça de possíveis atos terroristas após nova ameaça da Al-Qaeda. Em vídeo divulgado pelas redes sociais em 15 de julho, a organização cita por várias vezes os nomes do presidente Emmanuel Macron e do ministro do Interior, Gérald Darmamin.
A ameaça ocorre próximo ao julgamento relacionado aos ataques em Paris em novembro de 2015. Na época, uma série de atentados coordenados espalhados pela cidade deixou 137 vítimas, incluindo sete terroristas. Após a divulgação do vídeo, o Ministério do Interior instruiu prefeituras regionais a aumentarem o nível de vigilância durante o verão europeu.
Em um comunicado às prefeituras, o governo alertou sobre o “alto risco de atos contra a França por indivíduos radicalizados”.
Ao mesmo tempo, a divisão antiterrorismo da polícia iniciou uma investigação sobre associação criminosa e provocação a atos de terrorismo por um serviço público de comunicação online após a publicação nas redes sociais.
De acordo com um alto funcionário de inteligência ao jornal Le Parisien, o aviso, no entanto, se trata apenas de um lembrete para estar vigilante, como é feito regularmente.
O julgamento de 20 pessoas envolvidas nos ataques de novembro de 2015 está marcado para o dia 8 de setembro e deve atrair grande atenção da mídia nacional e internacional. Não é a primeira vez que ataques terroristas estão relacionados a audiências de indivíduos associados a organizações criminosas.
Em 2020, o Ministério do Interior encontrou ligações entre ataques de chamados “lobos solitários” – quando terroristas agem sozinhos e sem o apoio de nenhuma organização – com o resultado do julgamento de 14 pessoas sobre o ataque ao jornal Charlie Hebdo, ocorrido em 2015.
Na ocasião, o jornal publicou novamente caricaturas referentes ao profeta Maomé pouco antes do início da audiência, o que levou a uma série de novas ameaças por parte da Al-Qaeda. Para a maioria dos muçulmanos, é proibida qualquer representação, ainda que respeitosa, do líder religioso.