Amigo de Trump morre vítima de Covid-19
Stanley Chera, de 78 anos, doador da campanha eleitoral do presidente dos EUA, foi hospitalizado no dia 24 de março e induzido ao coma
O magnata Stanley Chera morreu nesta segunda-feira, 13, aos 78 anos de idade, durante um coma induzido após ter contraído a Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus. Chera era amigo próximo ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que por várias vezes mencionou, sem dar o nome, a condição de saúde do empresário. A informação foi revelada pelo jornalista Yashar Ali e confirmada pela emissora CNN.
Além de magnata do setor imobiliário de Nova York, Chera era um doador proeminente para a máquina eleitoral de Trump. De 2016 a 2019, doou 402.000 dólares para a Donald Trump Inc. e para a Trump Victory, duas organizações dedicadas a apoiar o presidente.
Ele adoeceu e foi levado a um hospital de Nova York no dia 24 de março. Seu quadro de saúde ficou mais grave, e os médicos decidiram induzi-lo ao coma.
Por várias vezes, Trump disse que havia um amigo que estava em coma e lutando contra o coronavírus. No jardim da Casa Branca, em 30 de março, sobre o estado de saúde de Chera, o presidente americano disse: “Ele é durão. Um pouco velho, um pouco mais pesado do que ele deveria, francamente. Aí você liga no dia seguinte e pergunta ‘como ele está indo?’ e te respondem que ele está em coma? Isso não é uma gripe.”
Chera e Trump eram amigos próximos. Durante as comemorações de 2018 do Dia dos Veteranos em Nova York, Chera chamou o presidente de “meu caro amigo”. Em uma comício em 2019 no estado do Michigan, Trump descreveu Chera como “um dos maiores empreiteiros e corretor de imóveis do mundo” e concluiu dizendo que “ele é uma grande pessoa que esteve comigo desde o começo”.
Trump ainda não se manifestou publicamente sobre a morte do amigo.
Com 557.663 e 22.116 mortes, os Estados Unidos se transformaram no pior cenário da pandemia de Covid-19. No mundo, a doença já atingiu 1.864.629 pessoas e matou 115.286, segundo o levantamento em tempo real da Johns Hopkins University. No início da crise, Trump foi criticado por minimizar o potencial de destruição que o vírus poderia causar, mas mudou o tom quando projeções e especialistas começaram a afirmar que, se o governo não interferisse, centenas de milhares de pessoas poderiam perder suas vidas no país.
No entanto, rumores foram levantados sobre o porquê de o presidente ter mudado sua postura. Um deles dizia que o quadro de saúde de Chera havia sido o fator principal. Questionado durante um entrevista coletiva no dia 31 de março, porém, o presidente afirmou: “Não foi o fator principal. Não, antes disso eu já sabia”.