O presidente da França, Emmanuel Macron, assinou nesta sexta-feira o conjunto de ordens executivas que faz mudanças radicais nas leis trabalhistas locais. Sindicatos e opositores políticos organizaram uma série de manifestações contrárias às reformas nas últimas semanas.
Macron assinou os decretos em uma cerimônia televisionada direto do Palácio do Eliseu. O evento parece fazer parte da estratégia do presidente para se apresentar à população como um reformista, pronto para implementar suas mudanças a qualquer custo.
Segundo o francês, os decretos aprovados, juntamente com uma reforma dos benefícios de desemprego e um plano de treinamento para desempregados que será criado no próximo ano, não têm “precedentes” no modelo social francês. Os decretos trabalhistas são o pilar central das promessas de Macron para a criação de empregos, e suas primeiras medidas já serão aplicadas na próxima semana.
As mudanças, que afetarão todos os trabalhadores do setor privado na França, estabelecem um valor limite para as multas pagas pelas empresas após demissões injustas e dão maior liberdade aos empregadores para demitir e contratar seus funcionários. As companhias também devem ter mais flexibilidade para negociar o salário e as condições de serviço com os trabalhadores, reduzindo os custos da demissão.
Nos últimos dias, sindicatos e opositores políticos de Macron organizaram uma série de protestos por todo o país. Liderados pelo segundo maior sindicato da França, o CGT, os atos tiveram menos força do que as manifestações trabalhistas de 2016 contra o ex-presidente François Hollande.
Contudo, mais protestos estão marcados para os próximos dias. No sábado, o deputado esquerdista e ex-candidato a presidente Jean-Luc Mélenchon realizará um dia de manifestações cuidadosamente planejado. Já na segunda-feira, os trabalhadores da rede de transportes privada e pública bloquearão as principais estradas e rodovias de Paris.
Macron, que enfrenta seus primeiros grandes protestos desde que tomou posse em maio, disse à emissora CNN nesta semana que acredita na democracia, mas que “a democracia não está nas ruas”.