Fortaleça o jornalismo: Assine a partir de R$5,99
Continua após publicidade

Após acordo, 600 mil refugiados podem ser devolvidos a Mianmar

Acordo firmado entre Bangladesh e mianmenses não especifica termos de repatriamento de refugiados; EUA classificaram a situação como 'limpeza étnica'

Por Da redação
Atualizado em 4 jun 2024, 18h35 - Publicado em 23 nov 2017, 15h56
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Os governos de Mianmar e Bangladesh anunciaram um acordo nesta quinta-feira sobre o repatriamento de refugiados rohingya à Mianmar.  Os rohingyas, uma minoria muçulmana, são vítimas de frequentes ataques de gangues budistas em Mianmar, onde suas vilas são incendiadas e eles, perseguidos. A Organização das Nações Unidas (ONU) classificam a ação contra a minoria em território mianmense como sendo uma campanha de limpeza étnica. Os termos da negociação sobre o destino das mais de 600 mil pessoas refugiadas em território bengalês não foram revelados.

    De acordo com o ministério de Relações Exteriores de Bangladesh, um grupo de trabalho conjunto entre os dois países asiáticos será formado dentro das próximas três semanas — a repatriação dos refugiados deve começar em dois meses.  “Estamos prontos para recebê-los de volta o mais rápido possível, assim que Bangladesh nos envie os formulários”, disse Myint Kyaing, oficial do ministério do Trabalho, Imigração e Sociedade de Mianmar, à agência de notícias Reuters.

    O acordo foi anunciado após o encontro entre a líder civil de Mianmar, Aung San Suu Kyi, e o ministro de Relações Exteriores bengalês, Abul Hassan Mahmood Ali. Ambos os países enfrentam grande pressão da comunidade internacional para resolver a crise dos refugiados. Na quarta-feira, o secretário de Estado Americano, Rex Tillerson, também classificou os ataques contra os rohyngia de “limpeza étnica”.

    Líder de Myanmar Aung San Suu Kyi
    A líder civil de Mianmar, Aung San Suu Kyi, durante seu pronunciamento na TV sobre os rohingyas. (Ye Aung Thu/AFP)

    “Após uma minuciosa análise dos fatos disponíveis, fica claro que a situação no norte do estado de Rakhine constitui limpeza étnica contra os rohingya”, declarou Tillerson sobre o caso. A mais recente onda de violência explodiu em 25 de agosto, quando os rebeldes do Exército de Salvação Rohingya de Arakan (ARSA, na sigla em inglês), que afirmam defender a minoria muçulmana, atacaram dezenas de delegacias de polícia. “Nenhuma provocação justifica as atrocidades horrendas que se seguiram [contra a minoria]”, disse o chefe da diplomacia americana sobre a reação do Exército birmanês.

    A resolução bilateral, segundo Bangladesh, será “concluída da maneira mais rápida possível”, quando devem ser revelados detalhes como o número de refugiados que serão devolvidos a Mianmar, para onde e sob quais condições eles serão repatriados. Nay San Lwin, ativista rohyngia ouvido pela rede Al Jazeera, manteve-se cauteloso sobre o acordo. “Bangladesh não deveria enviar de volta nenhum refugiado a não ser que a cidadania e os direitos básicos dessas pessoas em Mianmar sejam garantidos”, pontuou o militante.

    No contexto das negociações, o Papa Francisco está de viagem marcada para os dois países ainda no fim de novembro. O giro do pontífice, a quem lideranças políticas e religiosas recomendaram não utilizar o termo ‘rohyngia’ em seus pronunciamentos, tem início no dia 27 e vai até o dia 2 de dezembro.

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.