Ícone de fechar alerta de notificações
Avatar do usuário logado
Usuário

Usuário

email@usuario.com.br
Mês dos Pais: Revista em casa por 7,50/semana

Após OMS e Acordo de Paris, EUA saem também da Unesco

Sob governo de Donald Trump, país deixou uma série de órgãos internacionais, como o Conselho de Direitos Humanos da ONU

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 22 jul 2025, 11h55 - Publicado em 22 jul 2025, 08h53

Os Estados Unidos deixaram a Unesco, informou a Casa Branca nesta terça-feira, 22, citando a promoção de causas “divisivas” pela agência de cultura e educação das Nações Unidas. É apenas a mais recente instituição internacional da qual o presidente americano, Donald Trump, retirou seu país.

“A Unesco trabalha para promover causas sociais e culturais divisivas e mantém um foco desmedido nos objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU, uma agenda globalista e ideológica para o desenvolvimento internacional em desacordo com nossa política externa de ‘América em Primeiro Lugar'”, disse Tammy Bruce, porta-voz do Departamento de Estado americano.

A medida representa um golpe para a agência sediada em Paris, fundada após a Segunda Guerra Mundial para promover a paz por meio da cooperação internacional em educação, ciência e cultura. Anteriormente, a porta-voz adjunta da Casa Branca, Anna Kelly, já havia dito ao New York Post: “O presidente Trump decidiu retirar os Estados Unidos da Unesco, que apoia causas culturais e sociais divisivas e woke, que estão totalmente fora de sintonia com as políticas de senso comum pelas quais os americanos votaram em novembro”.

Em fevereiro, a Casa Branca anunciou que revisaria por noventa dias a adesão dos Estados Unidos à Unesco, afirmando em um comunicado que o organismo global “demonstrou falha em se reformar, demonstrou continuamente sentimentos anti-Israel na última década e não conseguiu resolver as preocupações com o aumento de atrasos (em projetos)“.

Audrey Azoulay, diretora-geral da Unesco, afirmou que lamentava “profundamente” a decisão de Trump, ressaltando que a medida “contradiz os princípios fundamentais do multilateralismo”, mas não pareceu surpresa.

Continua após a publicidade

“Por mais lamentável que seja, este anúncio era esperado e a Unesco se preparou para ele”, disse, referindo-se a reformas estruturais e diversificação de fontes de financiamento. Ela acrescentando que os motivos apresentados por Washington “contradizem a realidade dos esforços” da organização, “particularmente no campo da educação sobre o Holocausto e da luta contra o antissemitismo”.

Saída do palco internacional

Trump vem conduzindo uma redefinição do papel dos Estados Unidos na geopolítica, em que não há espaço para diplomacia e trabalho em conjunto, apenas negócios. Mal sentou-se à mesa no Salão Oval, desferiu seu primeiro grande golpe ao multilateralismo ao assinar um decreto para retirar o país da Organização Mundial da Saúde (OMS), que acusou de má gestão da covid-19 e de deferência à China.

Da mesma forma, saiu do Acordo de Paris, repetindo o movimento do primeiro mandato, que segundo ele sobrecarrega desproporcionalmente as indústrias americanas, particularmente as de carvão, petróleo e manufatura, no combate às mudanças climáticas.

Continua após a publicidade

Em fevereiro, anunciou ainda que Washington não faria mais parte do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, acusando o órgão de adotar políticas anti-Israel e ser palanque para ditaduras como China, Venezuela e Cuba. Com os golpes, a ONU, já desidratada e pouco influente, fica ainda menos confiável como mediadora num mundo imprevisível.

Trump também suspendeu o apoio à UNRWA, principal órgão da ONU em Gaza, e chocou o mundo ao desmantelar a USAid, agência do governo americano que respondia por mais de 40% de toda a ajuda humanitária do mundo, o que levou à suspensão de dezenas de programas de saúde, educação e controle de epidemias em mais de 120 países.

Ele tomou medidas semelhantes durante seu primeiro mandato, deixando a OMS, o Conselho de Direitos Humanos, o Acordo de Paris – e também o acordo nuclear com o Irã. Seu sucessor, Joe Biden, reverteu essas decisões após assumir o cargo em 2021.

Continua após a publicidade

Financiamento americano

A Unesco é conhecida por classificar Patrimônios Mundiais, incluindo o Grand Canyon, nos Estados Unidos, e a antiga cidade de Palmira, na Síria. Também possui um amplo programa cultural e educacional para promover o diálogo intercultural.

Os Estados Unidos aderiram à instituição em sua fundação, em 1945. Mas não é a primeira vez que deixam o órgão. Em 1984, Ronald Reagan tomou a decisão em protesto contra o que denunciou como má gestão financeira e políticas antiamericanas, voltando à ativa apenas quase vinte anos depois, em 2003, sob o presidente George W. Bush, que então afirmou que a agência havia realizado as reformas necessárias.

Os Estados Unidos fornecem cerca de 8% do orçamento total da Unesco – uma queda em relação aos cerca de 20% na época em que Trump retirou o país da agência pela primeira vez.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

MELHOR OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
De: R$ 16,90/mês
Apenas 9,90/mês*
OFERTA MÊS DOS PAIS

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada revista sai por menos de R$ 7,50)
De: R$ 55,90/mês
A partir de 29,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.