Fortaleça o jornalismo: Assine a partir de R$5,99
Continua após publicidade

Após rejeitar ultimato, Mariupol é invadida por forças russas

Mais de 200.000 pessoas seguem presas na cidade sob condições descritas como uma 'paisagem infernal congelante repleta de cadáveres e prédios destruídos'

Por Matheus Deccache Atualizado em 22 mar 2022, 15h57 - Publicado em 22 mar 2022, 15h48
  • Seguir materia Seguindo materia
  • O Conselho Municipal da cidade portuária de Mariupol, na Ucrânia, afirmou nesta terça-feira, 22, que a Rússia está transformando a região nas “cinzas de uma terra morta”, completando que mais duas bombas caíram sobre a cidade, que estava sitiada há semanas. Segundo autoridades da Defesa americanas, de acordo com o jornal britânico The Guardian, forças russas conseguiram entrar na cidade, um dia após um pedido de rendição ser recusado

    A situação de Mariupol, com cerca de 400.000 habitantes antes da guerra, é a mais grave do ponto de vista humanitário desde o início do conflito, em 24 de fevereiro. Autoridades ucranianas estimam que centenas de milhares de moradores estejam presos sob bombardeios e sem acesso a comida, água, energia elétrica e aquecimento. 

    A metrópole é alvo central na guerra de Vladimir Putin na Ucrânia – fornecendo uma ligação terrestre entre as forças russas na Crimeia, a sudoeste, e territórios controlados pela Rússia ao norte e leste.

    + Zelensky alerta que Ucrânia é ‘porta de entrada’ da Rússia para Europa

    De acordo com a organização internacional Human Rights Watch, mais de 200.000 pessoas seguem presas na cidade em uma condição descrita como uma “paisagem infernal congelante, repleta de cadáveres e prédios destruídos”.

    O conselho municipal não forneceu detalhes sobre vítimas ou danos do último bombardeio e nenhum jornalista tem conseguido trabalhar de forma independente dentro dos limites da cidade há pelo menos uma semana. O governo ucraniano diz que a Rússia atingiu locais públicos, incluindo um teatro e uma maternidade, ocasionando a morte de mulheres e crianças. 

    Continua após a publicidade

    “Mais uma vez está claro que os russos não têm interesse em Mariupol. O que eles querem é nivelá-la ao chão e torná-la as cinzas de uma cidade morta”, disse o conselho em comunicado. 

    Na última segunda, o ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov, acusou a Rússia de praticar “um verdadeiro ato de genocídio contra a cidade ucraniana de Mariupol”, destacando que o Exército russo matou “150 crianças ucranianas e destruiu mais de 400 escolas e creches”, além de 110 hospitais, e aniquilou “milhares e milhares de civis”.

    Além dos ataques a civis, a Ucrânia acusa Moscou de bloquear as vias de acesso para que comboios de suprimentos possam entrar na cidade, algo que o Kremlin nega. Na última segunda-feira, a Rússia emitiu um ultimato para que Mariupol se rendesse, que foi ignorado por Kiev. O comando militar do Kremlin alertou as autoridades em Mariupol que eles tinham até as 5h de 21 de março para responder a oito páginas de demandas.

    A mensagem para a rendição de Mariupol foi emitida pelo general russo Mikhail Mizintsev. Segundo o militar, os ucranianos que não entregarem suas armas vão enfrentar Corte Marcial caso sejam capturados.

    “Exigimos a abertura de um corredor humanitário para civis. Nossos militares estão defendendo o nosso território heroicamente. Nós não aceitamos o ultimato. Eles ofereceram capitulação sob uma bandeira branca. Isso é manipulação, mentira”, disse a vice-primeira-ministra da Ucrânia, Iryna Vereshchuk, em entrevista à redes de TV ucranianas nesta terça-feira. 

    Continua após a publicidade

    O governo ucraniano acusa também a Rússia de deportar de maneira ilegal moradores de Mariupol e das áreas separatistas de Donetsk e Luhansk para território russo. De acordo com Vereshchuk, Kiev está investigando a “transferência forçada” de 2.389 crianças dessas regiões, situação definida pela embaixada dos Estados Unidos como sequestro. 

    + Munição e alimentos da Rússia não durarão mais que 3 dias, diz Ucrânia

    Além disso, há a acusação de que os russos estão bloqueando o acesso humanitário a Kherson, única grande cidade capturada até então. O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia afirma que seus 300.000 moradores estão ficando sem comida. Perto de completar um mês de guerra, as tropas russas não conseguiram tomar nenhum grande centro além de Kherson, o que tem feito o Exército intensificar bombardeios e ataques de mísseis às cidades.

    De acordo com dados das Nações Unidas, mais de 3,5 milhões de pessoas já deixaram a Ucrânia em direção a outros países e outras 6,5 milhões se deslocaram internamente desde o início do confronto. Isso significa que um em cada quatro ucranianos foram obrigados a sair de suas casas devido à guerra.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.